Dólar e Ibovespa sobem com expectativa de diálogo entre potências, apesar do agravamento nas tensões comerciais entre EUA, China e União Europeia
O dólar iniciou esta terça-feira em leve alta, revertendo a tendência da véspera e sendo negociado a R$ 5,9211 por volta das 11h35. A moeda norte-americana acumulava ganhos de 1,29% na semana e 3,59% no mês, apesar da queda de 4,35% no ano. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operava em alta de 0,79%, aos 126.577 pontos, após ter fechado o último pregão em queda de 1,31%. A movimentação reflete o alívio momentâneo dos mercados diante da possibilidade de avanço nas negociações entre os Estados Unidos e outros países para evitar uma guerra tarifária.
As incertezas foram agravadas após novas ameaças tarifárias dos EUA contra a China. Washington afirmou que, se Pequim não recuar na imposição de tarifas de 34% sobre produtos americanos, implementará uma nova rodada de taxas adicionais de 50% a partir de 9 de abril. A China respondeu dizendo que seguirá retaliando, mas manteve o discurso de que não há vencedores em guerras comerciais.
As tensões também envolvem a União Europeia. O bloco manifestou interesse em evitar tarifas recíprocas, embora os EUA tenham rejeitado uma proposta europeia de isenção mútua de taxas sobre bens industriais. Apesar disso, ambos os lados mantêm a intenção de negociar.
A escalada tarifária impactou fortemente os mercados globais na semana passada. As bolsas norte-americanas registraram perdas históricas, e empresas de tecnologia listadas nos EUA perderam juntas US$ 1,8 trilhão em valor de mercado em dois dias. Na Ásia e Europa, os principais índices fecharam em alta nesta terça, sinalizando uma recuperação moderada.
As tarifas maiores devem pressionar custos, aumentar a inflação e desacelerar a economia global, elevando o risco de recessão. A expectativa agora gira em torno das próximas movimentações diplomáticas e comerciais entre as potências.