Em comemoração ao Dia do Capoeirista, celebrado em 03 de agosto, o Jornal Terceira Visão entrevistou Hilton Rodrigues de Lima, conhecido como mestre Saruê. Hilton mora no bairro residencial Nova Era; trabalha como coordenador na área fiscal/contábil de uma empresa; e atua como mestre capoeira em um trabalho voluntário focado em crianças e adolescentes.
O capoeirista nos contou que sua experiência como mestre capoeira começou em sua cidade natal. “Comecei a treinar capoeira em 1986, em Osasco, onde ensinei até vir morar em Valinhos”. Aqui, Saruê começou a dar aulas em uma academia particular, até que em 2021 passou a se dedicar também ao trabalho voluntário.
Atualmente, Saruê ensina capoeira no Centro Comunitário Cecap/Paraíso, ao lado da pista de skate. O trabalho desenvolvido em parceria com o professor Jhonny (Romário Silva) é voltado para crianças e adolescentes, mas também é livre para todas as idades. “Nosso trabalho tem como objetivo oferecer uma atividade saudável de lazer, esporte e cultura para a população”.
Saruê conta que além da capoeira, “outras manifestações da cultura afro-brasileira, como maculelê, samba de roda e puxada de rede, fazem parte do trabalho voluntário”, onde os professores contam ainda com a ajuda e apoio dos alunos adultos durante as aulas.
Símbolo importante da cultura brasileira, a capoeira é uma manifestação cultural afro-brasileira que combina elementos de arte marcial, dança, cultura e música; e que surgiu entre os escravos como forma de resistência e defesa contra a opressão.
Para o mestre Saruê, a capoeira “é tudo que você quiser, é jogo para quem quer jogar, mas também pode ser dança; tem balanço, tem ritmo, tem música; e ainda serve como defesa pessoal. Sobretudo, a capoeira é LIBERDADE”.
Em 2008 a capoeira foi tombada como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Iphan. Mais tarde, em 2014, a Unesco reconheceu e declarou a roda de capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.