Não Deixe o Samba Morrer completa 50 anos de tradição sambista

Meio século após seu lançamento, a canção interpretada por Alcione se tornou uma legítima manifestação de resistência cultural

Por Bruno Marques

O Carnaval pode ter acabado, mas como Alcione cantou: “Não deixe o Samba morrer, não deixe o Samba acabar”. E é com este clássico absoluto do gênero, que está completando 50 anos, que esta coluna musical inicia o especial de samba neste mês de março.

Disco de ouro

Composta por Edson Conceição e Aloísio Silva, a canção foi gravada por Alcione em 1975, para seu álbum de estreia, A Voz do Samba. O trabalho foi um sucesso, vendendo mais de 100 mil cópias e conquistando a certificação de disco de ouro.

Apelo de uma cultura

Interpretada pela icônica voz de Alcione, Não Deixe o Samba Morrer, é um verdadeiro hino de amor e preservação da cultura do gênero. A letra carrega a preocupação com a continuidade dessa expressão artística tão enraizada na identidade cultural brasileira.
Expressando uma emoção tocante, quase em tom de despedida, a canção fala diretamente ao coração dos sambistas para que legado do Samba continue através das novas gerações. Com isso, esta canção se tornou uma legítima manifestação de resistência cultural.
Hoje

Com 77 anos, a Dama do Samba é uma cantora consagrada, cuja carreira musical também teve abrangência em outros estilos como MPB, forró e bolero. A artista maranhense é professora e, além de cantar, é exímia trompetista.
Muito querida, Alcione já foi homenageada por várias escolas de Samba, tanto do Rio quanto de São Paulo.

Letra

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba para gente sambar
Quando eu não puder pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas não puderem aguentar
Levar meu corpo junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar
Eu vou ficar
No meio do povo espiando
Minha escola perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final
Não deixe o samba morrer…

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