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Neurologista da SMCC esclarece causas, diagnóstico e tratamento da Paralisia Cerebral

Entrevista com a Dra. Beatriz Caputo: Desvendando os mistérios da paralisia cerebral

Por Gabriel Previtale

A paralisia cerebral é uma condição complexa e multifacetada que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Para lançar luz sobre esse tema importante e esclarecer dúvidas, tivemos a oportunidade de entrevistar a Dra. Beatriz Caputo, médica neurologista do Departamento de Neurologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC). Com sua vasta experiência e conhecimento, a Dra. Beatriz nos forneceu insights valiosos sobre a paralisia cerebral, incluindo suas causas, diagnóstico e tratamento.

A Dra. Beatriz explicou que a paralisia cerebral pode ser originada por diversas causas, tais como a falta de oxigênio no cérebro durante o parto, hemorragia cerebral, fatores genéticos que afetam o desenvolvimento cerebral durante a gestação e infecções maternas que impactam o cérebro do feto. As manifestações clínicas variam de acordo com a região cerebral afetada e podem incluir paralisias, atraso no desenvolvimento, rigidez muscular, falta de equilíbrio, falta de coordenação motora, dificuldade na deglutição, atraso na fala, problemas de visão, problemas auditivos, dificuldades de aprendizado e epilepsia.

A Dra. Beatriz ressaltou que a paralisia cerebral é altamente variável em termos de gravidade

A neurologista enfatizou a importância de um diagnóstico preciso e detalhado. Ele inclui a avaliação da história clínica, exame físico, exame neurológico, exames de imagem (como tomografia ou ressonância magnética do crânio), eletroencefalograma e, dependendo dos sintomas, avaliações com otorrinolaringologistas e oftalmologistas.

A Dra. Beatriz ressaltou que a paralisia cerebral é altamente variável em termos de gravidade, indo desde casos leves de comprometimento motor até quadros graves com grande impacto tanto na função motora quanto cognitiva.

A médica explicou que a paralisia cerebral pode ser classificada em quatro tipos principais: Espástica: o tipo mais comum, caracterizado por rigidez muscular que afeta um membro, um lado do corpo ou os membros inferiores, frequentemente resultando em dificuldades de movimentação e fala, mas sem comprometimento cognitivo. Hipotônica: caracterizada por diminuição do tônus muscular, fraqueza, dificuldades respiratórias, na fala e deglutição. Discinética ou Atetóide: afeta a coordenação motora e resulta em movimentos involuntários que tornam a fala, a deglutição, o movimento, o sentar e o pegar objetos desafiadores. Atáxica: caracterizada por tremores, movimentos descoordenados, falta de equilíbrio e coordenação motora.

A Dra. Beatriz ressaltou que os sintomas da paralisia cerebral geralmente são identificados logo após o nascimento ou nos primeiros anos de vida. O tratamento da paralisia cerebral é altamente individualizado, adaptando-se às manifestações clínicas de cada paciente. Pode incluir fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, apoio na educação, avaliação da audição e visão, psicoterapia e outras terapias, como hidroterapia e equoterapia.

Em casos de rigidez e espasticidade, medicamentos como relaxantes musculares e toxina botulínica podem ser indicados. Para pacientes com epilepsia, são prescritos anticonvulsivantes. Além disso, cirurgias ortopédicas e outros procedimentos cirúrgicos podem ser necessários, dependendo do grau de comprometimento.

A Dra. Beatriz enfatizou que, dependendo do grau de comprometimento, indivíduos com paralisia cerebral podem levar vidas plenas. Com apoio adequado, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte educacional, muitos podem alcançar autonomia e sucesso tanto na vida pessoal quanto profissional. A paralisia cerebral é um espectro, abrangendo desde casos leves até mais graves, refletindo o grau das lesões cerebrais.

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