Neuropsicóloga fala sobre limites e responsabilidades da internet e redes sociais para crianças

É importante que os pais estejam atentos ao tempo de exposição às telas (celular, tablet e TV) estabelecendo rotina que seja respeitosa

Erlaine Chaves é moradora de Valinhos e também uma importante profissional especializada em tratamento psicológico para crianças e adolescentes. Formada em psicologia em 2012, Erlaine também é especialista em Neuropsicologia aplicada à Neurologia Infantil pelo Departamento de Neurologia da Unicamp. Recebeu o Título de Especialista em Neuropsicologia pelo Conselho Federal de Psicologia em 2018 e nos dá dicas de como evitar que a internet, redes sociais e jogos virtuais atrapalhem a vida das crianças e dos adolescentes na sociedade moderna, confira entrevista:

Qual o risco para as crianças e adolescentes, referente ao universo da internet e das redes sociais?

O uso deste universo sem o monitoramento adequado pode fazer com que se envolvam em desafios que colocam em risco a própria vida; fazerem comparações de padrões de corpo, de vida e relacionamentos idealizados – não pertencer a este padrão gera grande sofrimento e frustração; trazem prejuízos ao sono – exposição às luzes que atrapalham a produção de melatonina e o ritmo circadiano, determinados conteúdos podem afetar o pensamento e dificultar a “pegar no sono”, as notificações que geram ansiedade de acompanhar o que está ocorrendo naquele exato momento; exposição à pornografia e à conteúdos violentos, dentre outros.

Qual a influência que a internet tem sobre a vida e comportamento dos pequenos?

O fato de sentir que não se adequa a determinados padrões, acabam gerando comparações que os levam a uma baixa autoestima, sendo gatilho para quem tem predisposição à ansiedade e depressão. O Cyberbullying é o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. É um comportamento repetitivo, com intuito de assustar, gerar raiva ou envergonhar aqueles que são vítimas. A repercussão de algo neste sentido, “viraliza” na internet, fazendo com que algo tome uma proporção que pode, muitas vezes, não ser suportada para uma criança ou adolescente, levando a alguns casos à automutilação e até mesmo a uma tendência suicida. Em casos de tempo excessivo de exposição, podem gerar uma diminuição de vivências sociais e reduzirem oportunidades importantes para desenvolver habilidades de enfrentamento e tomadas de decisões, dentre tantas outras influências negativas.

Como mudar esse cenário?

É importante que os pais/responsáveis estejam atentos ao tempo de exposição às telas (celular, tablet e TV), estabelecendo rotina que seja respeitosa para pais/responsáveis e filhos; cumprir este combinado estabelecido, validando os sentimentos deste filho, mas mostrando que existe um compromisso que foi feito (“entendo que você está chateado e queria ficar mais um pouco no tablet e é hora de cumprir o que combinamos!”; monitorem os conteúdos assistidos; evitem o uso durante as refeições, para que seja um momento de conexão entre pais/responsáveis e filhos; dialogar e orientar sobre situações que merecem destaque; ser exemplo, para que o filho se espelhe e entenda que o que é cobrado condiz com o que os pais/responsáveis vivem; dispor de tempo de qualidade e de uma conexão real com este filho para que ele se senta aceito e importante pelos pais/responsáveis, que são a primeira referência de amor.

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