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“Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação”, profetizou Renato Russo há 40 anos

Desde 1985, ‘Será’, ecoa angústias, incertezas e agonias, se transformando em clássico da Legião Urbana

Por Bruno Marques

No começo de 1985, ou seja, há exatos 40 anos, a Legião Urbana – maior banda brasileira de rock – lançava seu álbum de estreia. E ele abria com uma canção rápida, direta, angustiante, que se tornaria um clássico.
‘Será’ foi escolhida como primeira música de trabalho e ganhou um clipe, que foi gravado em maio de 1985 na casa noturna Rose Bom Bom, em São Paulo.

Vários prêmios, ótima repercussão e venda surpreendente

O disco, que leva o nome da banda, foi gravado por Amaro Moço, entre outubro a dezembro de 1984, produzido por Mayrton Bahia, e lançado pela EMI. As vendas foram excelentes: mais de meio milhão de cópias
No total, a vendagem passou de 900 mil, o que conferiu o 40º lugar na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil.
No final de 1985, o álbum foi premiado nas categorias Melhor Álbum do Ano, Melhor Vocalista, e Melhor Letrista, pela extinta Revista Bizz.

Versos do Soft Cell

Os dois primeiros versos: “Tire suas mãos de mim. Eu não pertenço a você”, são uma tradução direta de “Take your hands off me. I don’t belong to you”.
Renato, que foi professor de inglês, se baseou em ‘Say Hello, Wave Goodbye’, da dupla britânica de synth pop, Soft Cell, lançada exatamente três anos antes.
A referência dá o claro tom dos estilos da banda. No começo, a Legião Urbana se baseava bastante nos primórdios do punk e principalmente no post-punk.

Versões de Simone a Raça Negra

O sucesso de ‘Será’ foi tão grande que transcendeu os limites do Rock e conquistou ouvintes e artistas de outros gêneros. Em 1991, Simone cantou uma versão MPB da faixa.
Logo no ano seguinte ‘Será’ ganhou uma versão samba/pagode, feita pelo Raça Negra. Dentre outros autores de versões estão Daniel e Toni Platão.

Busca por compreensão

Na letra, ‘Será’ é um grito por liberdade individual e um repúdio às relações de posse que muitas vezes caracterizam os relacionamentos amorosos. O refrão da música traz uma série de questionamentos que refletem a incerteza e a ansiedade em relação ao futuro de uma relação.

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