“Numa mão educação, na outra dinheiro”: 30 anos de Pacato Cidadão, do Skank

Single conclui o álbum Calango, que deu início à ascensão do enorme sucesso do quarteto mineiro

Por Bruno Marques

Pacato Cidadão saiu em 1994 no Calango, o segundo álbum e um dos mais bem-sucedidos comercialmente do Skank. A música é a 11ª e última faixa e é uma das mais politizadas da banda, criticando a passividade na sociedade, falando também sobre alienação, poluição e educação.

Musicalmente, Pacato Cidadão mistura pop rock com influências jamaicanas do ska e dancehall. A canção tem Samuel Rosa e Chico Amaral como compositores. O primeiro também gravou vocais e guitarra. A formação é completada por Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria).

Aliás, é Lelo na foto de capa de Calango, vestindo uma fantasia pitoresca. O álbum foi gravado entre julho e agosto de 1994 no famoso estúdio Nas Nuvens, e lançado em outubro, completando, neste mês, exatos 30 anos de seu enorme sucesso.

Sim, Calango vendeu 1.200 milhão de cópias, o que lhe rendeu um disco de diamante. Isso porque além de Pacato Cidadão, o disco ainda teve outros cativantes e bem-sucedidos singles como Te Ver, Jackie Tequila, Esmola e a versão para É Proibido Fumar, de Roberto Carlos, produzida para o Skank por Frejat.

Contra a passividade

Pacato Cidadão aborda a passividade do cidadão comum diante dos problemas sociais e políticos, e se refere às pessoas que não se envolvem ou não se posicionam frente às questões que afetam a sociedade, mantendo-se em uma zona de conforto sem questionar ou agir para mudar a realidade ao seu redor.

A letra tem um requinte no verso: ‘C’est fini la utopia’, que em francês significa ‘A utopia acabou’, para indicar o fim do sonho de um mundo ideal e justo, contrastando com a realidade de ‘guerra todo dia’.
No trecho ‘Pra que tanta TV, tanto tempo pra perder’, há a crítica sobre o excesso de entretenimento e a falta de engajamento em questões mais profundas.

E exatamente três décadas depois, Pacato Cidadão segue relevante, pois os temas abordados continuam a ser desafios sociais e políticos contemporâneos.

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