O que você responde quando perguntam quem você é?

Quando lhe perguntam quem é você, o que você responde? Já me antecipo ressaltando que: não perguntei seu nome, nem sua idade, nem seu gênero sexual, nem sua nacionalidade, nem sua profissão, nem o que você gosta de fazer, nem o que odeia, nem se é solteiro, casado, nem sua religião… E você então poderia me perguntar indignado (a): “- Mas e então o que sobra Thiago? O que eu respondo?”, pois é… É sobre isso que iremos refletir aqui: identidade e papeis sociais. Você me acompanha nessa jornada? Que bom poder contar com você!

Em nossa trajetória existencial temos nela diversos papéis sociais, sejam eles desejados ou contingenciais, você pode querer trabalhar onde está atualmente, ou foi forçado pela vida ater de trabalhar aí apenas pelo salário, você pode ter sonhado sim em ser uma mãe, um pai, mas não do jeito que foi, sem planejamento, não com aquela pessoa, naquela idade… Pode ocupar o papel de provedor da casa mesmo sendo filha, filho, pode ser aquela pessoa com valores, princípios e moralidade mais assertivas para viver em sociedade do que muitos que com você convivem… Temos inúmeros papeis: de pai, de mãe (pãe: aquela mulher que, abandonada pelo marido, tem que se desdobrar em dois papeis para educar os filhos), o de profissional, o de amigo, podemos ocupar um papel de destaque a ponto de ser referência no emprego, na escola ou de ser exposto com alguém que não serve para nada, que deu errado na vida e que devem passar longe, bem longe!

O que seria a identidade de cada um de nós? O número do RG, do CPF (me parece ser apenas isso para os políticos, mas enfim…), idade, sexo, religião… Tudo isso me parece muito superficial, raso, mas é o que corriqueiramente se ouve uma vez que se questiona isso. É óbvio que não iremos chegar em uma pessoa e perguntar: “- Quem é você? Como você se define?”, mas ao nos aproximarmos de uma pessoa é natural que queremos no fundo, mesmo que inconscientemente, sabermos quais os valores que regem aquela pessoa, pois eles dão base para a personalidade, para o caráter, dão certa previsibilidade para respostas e reações aos fatores singulares e novos que a vida nos coloca frente a frente.

Como você se definiria? Vou além: ao se comparar com alguém; como você definiria tal pessoa? Por que se comparar a ela? É natural querer ser como fulano, cicrano ou beltrano? O que lhe chama atenção nessas referências: A parte estética, o “ter”, o “ser”, personalidade, caráter, postura, status e bajulações… Isso tudo é base para uma rica e profunda reflexão sobre quem somos e quem podemos vir a nos tornarmos enquanto um ser humano passível de mudanças. Já dizia o filósofo francês Sartre, que somos um ser Para-Si, para se fazer, condenados a sermos livres, sem essência… Outro grande nome da filosofia francesa é Foucault que defendia o seguinte: “- Não me pergunte quem sou, sem me peça para permanecer o mesmo!”

Uma vez exposto tais argumentos, o que passa nesse exato momento em sua cabeça ao tentar responder quem é você? És refém do que pensam de você, já dizia Sartre, mencionado acima: “- Não importa o que fazem de nós, o que realmente importa é aquilo que fazemos com o que fazem de nós!”. Sendo assim, como você se definiria: como alguém em constante mutação, aprendendo com as adversidades, ou como alguém estagnado, que fora moldado para ser aceito, pertencente a um determinado grupo “maquiado”, seja lá qual ele for… Talvez um daqueles grupos hipócritas que se dizem fazer o bem, que se orgulham de parecerem humildades, que buscam likes e patrocinadores, que precisam de pessoas submissas para que alimentem o ego de quem gerencia tal grupo.

Pois bem meu querido leitor, minha querida leitora, ao se deparar com tal reflexão, ela lhe impacta, tira seu sono, lhe importa, lhe controla a mente? Quem é você? Acredita ser possível responder a essas questões de modo simplista, ou prefere deixar tal pergunta em aberto para constante adaptação? Um grande abraço!

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