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O terror da febre amarela e o ressurgimento social

Epidemia que assolou Campinas no fim do século XIX influenciou no desenvolvimento e processo de autonomia de Valinhos

Por Bruno Marques

Como esta semana é de Páscoa, que tem relação com a ideia de ressurreição, aproveitamos o ensejo para contar uma história, real, de um ressurgimento coletivo. De acordo com pesquisa da APHV – Associação de Preservação Histórica de Valinhos, publicada e exposta no Museu Municipal Fotógrafo Haroldo Ângelo Pazinatto, entre fevereiro e junho de 1889, Campinas foi assolada pela primeira epidemia de febre amarela.

Havia muita precariedade na estrutura urbana e saneamento. Além disso, a cidade ainda tinha uma demanda enorme de escravizados ainda em processo de libertação e essa condição de extrema desigualdade social, em um dos maiores municípios do estado, contribuiu muito para a tragédia. Cerca de 2 mil pessoas morreram nesse curto período e, juntamente com os que conseguiram escapar para outros lugares, a cidade vizinha – da qual Valinhos ainda fazia parte – perdeu aproximadamente metade da sua população urbana.

A então Vila de Valinhos não sofreu com a epidemia e acabou se desenvolvendo com a chegada de imigrantes e ex-habitantes de Campinas. Esta, após o ressurgimento, ficou conhecida como a fênix do interior – ostentada em seu brasão municipal -, em referência à ave mitológica que ressurgia de suas cinzas. Contudo, há de se destacar o papel fundamental que a então Vila de Valinhos teve durante a mais grave crise da história da região, fornecendo água que era transportada pela ferrovia. Esse evento da epidemia levou ao processo de surgimento do Distrito de Paz de Valinhos, em 1896.

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