Operação Poço de Lobato desvenda fraude bilionária no setor de combustíveis em São Paulo

A operação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta-feira (27), revelou um dos mais sofisticados e volumosos esquemas de fraude fiscal já identificados no país, envolvendo um dos maiores grupos empresariais do setor de combustíveis. A investigação, coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (CIRA/SP), mira uma dívida de R$ 9,6 bilhões com o Estado de São Paulo.

Segundo o governador Tarcísio de Freitas, o rombo impacta diretamente investimentos públicos essenciais. Ele comparou os prejuízos gerados pela organização à perda mensal equivalente ao funcionamento de um hospital de médio porte ou à impossibilidade de construir 20 escolas. Para o governador, trata-se de uma operação histórica, voltada aos chamados devedores contumazes.

A ação conta com a participação da Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz/SP), Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SP), Ministério Público de São Paulo (MPSP), Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Secretaria Municipal da Fazenda e das polícias Civil e Militar. Ao todo, mais de 190 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, são investigados por crimes contra a ordem econômica e tributária, lavagem de dinheiro e outros delitos. O prejuízo estimado no país ultrapassa R$ 26 bilhões.

As autoridades destacam que o grupo empresarial utilizava mecanismos altamente sofisticados, envolvendo fintechs, paraísos fiscais, trocas frequentes de sócios e empresas de fachada. A estrutura foi considerada “assustadora” pelo Ministério Público devido à capacidade de operar nacionalmente sem grandes barreiras.

As investigações indicam que o grupo criava empresas interpostas para evitar o pagamento de ICMS, além de simular operações interestaduais para driblar a fiscalização. A PGE/SP determinou o bloqueio imediato de R$ 8,9 bilhões em bens e valores, enquanto a PGFN acionou medidas para indisponibilizar mais R$ 1,2 bilhão na Justiça Federal.

Durante a coletiva, as autoridades reforçaram que a operação não tem qualquer ligação com investigações anteriores, como a Carbono Oculto, já que os grupos empresariais são distintos e concorrentes.

O governador defendeu a aprovação do Projeto de Lei 125, que regulamenta e endurece medidas contra devedores contumazes, proibindo-os de participar de licitações e manter contratos com o poder público. Para ele, a operação Poço de Lobato deve impulsionar o avanço da proposta no Congresso.

O nome da operação faz referência ao primeiro poço de petróleo descoberto no Brasil, em 1939, no bairro de Lobato, em Salvador (BA).

Quer saber as últimas notícias de Valinhos, siga o nosso Instagram: https://www.instagram.com/jornalterceiravisao/

Leia anterior

Ex-funcionários do Supermercados Caetano realizam manifestação nesta quinta-feira em Valinhos

Leia a seguir

Que tranquem todos!