Eu andei vendo vídeos em mídias sociais a respeito de palestras de auto ajuda, motivacionais e hoje com meu senso crítico de um profissional formado em Filosofia as enxergo como sendo algo mais negativo do que saudável! Digo isso com conhecimento de causa, pois em uma época de minha vida com minha formação de Coaching eu andei expondo de maneira ingênua e rasa conteúdos de auto ajuda. Hoje olho para trás e vejo que aquilo era mais teatral do que benéfico de verdade.
Em palestras de auto ajuda eles costuma enfatizar o quão responsável você é pelos resultados que você vêm obtendo em sua vida, até aí concordo, sou a favor de se focar em reações para com fatos do nosso cotidiano, mas nessas palestras eles fazem você gritar, gritar e gritar, fazem você buscar o sucesso a todo custo, nos fazem querer ser o número um, o campeão, ser recordistas, inovadores, nos estimulando quase a reinventar a roda. E essa filosofia de vida pouco me agrada, inclusive vou mais longe, é uma filosofia de vida que só faz adoecer emocionalmente, pois pessoas sem senso crítico acabam se comparando com pessoas de sucesso e se sentem mais e mais distante desse suposto resultado que tanto almejam, isso quase sempre as estimulam a desistirem. Focar em ser o número um em tudo é pedir para ter ansiedade e depressão, vejo isso em alunos aos quais dou aula que já estão inseridos nessa rasa filosofia de vida. A quantidade de jovens depressivos está cada dia mais aumentando por estarem sendo impulsionados a atingirem números nunca antes atingidos, isso desgasta o corpo e a alma. A comparação não é nada saudável, também sei disso porque vivi essa experiência assim que saí do ensino médio sem ter dinheiro para fazer uma faculdade, sem estar trabalhando, sem ter dinheiro para tirar a habilitação nem para comprar um carro, todas essas coisas meus “amigos” de escola já estavam conquistando e eu lá, me comparando, me entristecendo por ainda não ter condições de ter nada daquilo.
Por que ser o número um e desvalorizar o número dois, que cultura é essa? Basta amar o que faz e fazer tal atividade direito e com competência, os resultados certamente virão, mais cedo ou mais tarde. Eu fujo de palestras motivacionais que mais nos desmotivam, e convido você a refletir sobre elas e após tal reflexão você possa quem sabe, ao ir numa dessas palestras, entrar com senso crítico e perceber o quão teatral elas são, pois no final quem ganha é apenas o palestrante: ganha em dinheiro e fama. Há uma última coisa que me incomoda nessas palestras: fórmulas prontas para se obter sucesso. Afinal o que é sucesso? Como você definiria sucesso? Ter uma profissão que lhe faça feliz, uma família que lhe dê amparo mesmo com uma vida financeira básica ou preferiria ser milionário/a, estar cercado/a por pessoas interesseiras, e viver sozinho/a numa casa que vale milhões, você e sua depressão crônica que nem remédio nem médico algum a cura?! Não acho que uma vida de sucesso, uma vida feliz tenha fórmula pronta, tal como uma receita de bolo, se tais receitas realmente funcionassem seríamos todos milionários, bem sucedidos socialmente e profissionalmente, extinguindo assim doenças emocionais como ansiedade e depressão. (que são consideradas doenças do século). Reflita com carinho.
O filósofo alemão Nietzsche tem uma proposta sobre o tempo que muito me agrada, é a chamada teoria do Eterno Retorno, estimulando-nos a realizar atividades que almejássemos que o tempo não as fizesse terminarem de tão prazerosas que fossem. O filósofo grego Epicuro trabalha nessa mesma linha de pensamento, a do prazer simplório, não associado ao dinheiro nem a bens matérias, mas sim aos momentos, aos sentimentos, aos detalhes da vida que fazem toda diferença, tal como um belíssimo por do sol que pode ser mais eficaz que qualquer remédio tarja preta. Palestras de auto ajuda que nada ajudam, palestras motivacionais que adoecem e nos desmotivam… Eu delas fujo, e deixo aqui o convite para refletir sobre esse tema antes de ir assistir uma. Um forte abraço.