

A ex-primeira-dama da Coreia do Sul, Kim Keon Hee, foi presa nesta terça-feira (12) sob acusações de fraude no mercado financeiro, suborno e tráfico de influência. Esposa do ex-presidente Yoon Suk Yeol, Kim tornou-se a primeira mulher de um presidente ou ex-presidente sul-coreano a ser detida. O caso também marca a primeira vez na história do país em que um ex-casal presidencial está preso simultaneamente. Yoon cumpre prisão desde julho, após sofrer impeachment por uma tentativa de autogolpe com a decretação de lei marcial em dezembro de 2024.
Segundo a agência Yonhap, Kim está em cela individual de seis a dez metros quadrados, equipada com armário, mesa dobrável, televisão e vaso sanitário, e deverá dormir em um colchão no chão. Embora seja tratada como as demais detentas, terá ajustes na rotina por ser figura pública. Entre as acusações contra ela está o uso de um pingente de luxo Van Cleef avaliado em US$ 43 mil (cerca de R$ 232 mil) durante uma cúpula da Otan em 2022. A joia não constava nas declarações financeiras exigidas pela lei local. Kim afirmou que se tratava de uma falsificação adquirida há 20 anos, mas a promotoria concluiu que a peça era genuína.
Ela também é acusada de receber duas bolsas Chanel avaliadas em US$ 14,5 mil (R$ 78 mil) e um colar de diamantes de um grupo religioso, supostamente em troca de influência sobre interesses comerciais. A prisão foi decretada por risco de destruição de provas e interferência nas investigações. Kim, de 52 anos, nega todas as acusações.
Especialista em belas-artes e fundadora de uma agência de curadoria, Kim acumulou controvérsias durante e após a presidência de Yoon, incluindo seu engajamento em pautas como a proibição do consumo de carne de cachorro, o que gerou críticas em um país onde primeiras-damas costumam adotar postura mais discreta. Yoon enfrenta julgamento após ser afastado em dezembro de 2024 e destituído definitivamente em abril de 2025 pela tentativa frustrada de impor lei marcial, considerada pela Justiça como tentativa de golpe.