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QUANDO TEMPO É “LOGO”?

Você já passou por uma situação em que alguém usou a palavra ‘logo’ para com você? Ou ainda; você já a usou para com alguém? Por exemplo, numa promessa de encontro: “– Logo iremos nos ver e poderemos nos abraçar!”, ou naquela viagem para a praia: “– Estamos quase chegando, logo veremos as ondas do mar…”, quiçá ainda numa ocasião como a de iniciar um compromisso: “– Tente não se atrasar, logo iremos dar início ao evento!” e por aí vai… Mas qual a definição de ‘logo’? É possível traduzi-la em cronologia, em tempo real? É sobre isso nosso tema de hoje, você poderia não de deixar sozinho nessa reflexão? Prometo que serei breve e logo você poderá voltar a realizar suas atividades.

Muito bem, quando pensamos no tempo do relógio, o cronológico, estamos certos de que há ali uma pontualidade, por exemplo, nesse exato minuto em que lhe escrevo tais palavras, segundo o horário oficial de Brasília, são exatamente 23h04min minutos, é noite, fria, já estou com sono, pois preparei as aulas que irei dar na próxima semana. O ponto aqui é: a precisão do termo ‘logo’, uma palavra vaga, que pode remeter a apenas alguns segundo bem como há dias, meses, anos… Na sala de espera do consultório ouvi uma criança perguntando para sua mãe: “– Quanto tempo falta para o médico nos chamar para a consulta mamãe? – Logo ele nos chamará filho, tenha paciência! – Mas logo quando? – Logo filho, espere mais um pouco…”. Semana passada eu ouvi de uma esposa que desabafava com sua amiga sua sobre ter mais de um ano que ela não se encontrava com seu marido que estava trabalhando fora do país, e este por telefone lhe dissera que a amava, que estava com saudades e que ‘logo’ iriam se encontrar novamente…

Afinal, quando é logo? Como utilizar dessa palavra? Em qual ocasião ela se enquadra? Aqui adentra um problema filosófico chamado semântica, que diz respeito à compreensão dos diversos significados de uma palavra, além da semântica há ainda outro problema filosófico que é o da hermenêutica, que diz respeito à interpretação de uma palavra, ou frase, algo que infelizmente é fruto de inúmeros conflitos, nos mais diversos relacionamentos, má interpretação do interlocutor mediante a intenção do comunicador. Pode-se agir de má fé ao se utilizar de tal expressão? Creio que sim, tal como: “– Logo lhe pagarei o dinheiro que você me emprestou!”, “– Logo lhe levarei passear…”, sendo assim creio que não há segredos ou fórmulas prontas para se identificar quando tal palavra, tal expressão venha a ser verídica de fato, muito menos temos como mensurar precisamente cronologicamente quanto tempo levará para o ‘logo’ ocorrer, talvez, como sugere a PNL, programação neurolinguística, precisemos recorrer ao ‘Metamodelo’ de comunicação, ou seja, busca precisamente dados do fato, é quando determinada pessoa, ao ouvir a palavra ‘logo’ da outra pessoa, venha a perguntar: “– Logo quanto? Em quantos meses, dias? Que horas?”, é buscar colher de modo incisivo o maior número de detalhes da outra pessoa, como se você a lhe encurralasse verbalmente num “beco sem saída”, sendo assim se houver boa intenção da parte dela, certamente ela irá expor uma data e horário e se comprometer com o que disse a você, já pelo contrário, a pessoa que está agindo de má fé ao utilizar da expressão ‘logo’ mediante a tal pressão sua, certamente irá ser sincera e dizer que realmente não há ali nenhuma preocupação em realmente lhe dizer que aquela situação seja prioridade ou verdade para ela. Pois bem, espero que tal reflexão lhe seja útil eu seus diversos encontros no seu cotidiano. Um grande abraço.

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