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Razão e emoção a partir do Carnaval

Pois bem minha querida leitora, meu caro leitor, agora finalmente iniciamos o ano dado que o Carnaval já passou e não há mais “muletas” em que possamos nos apoiar nos próximos meses. A reflexão que irei lhe propor hoje é bem interessante na relação entre emoção e razão, que teve origem em um diálogo com um colega sobre uma ocasião em que ele vivenciou em meio às festividades nas ruas da cidade. Posso contar com sua companhia nessa reflexão? Ótimo, então mãos à obra.

Na história da filosofia temos grandes nomes, gigantes na área do pensamento; gostaria de citar um deles, considerado o pai do racionalismo, o filósofo francês René Descartes e, segundo ele, somos racionais, afinal, eu existo porque penso! (penso, logo existo). Outro grande nome da linha racionalista é o alemão Immanuel Kant que separou o conceito de razão e emoção com outras denominações: vontade (razão) e desejo (emoção), segundo Kant somos livres quando não fazemos o que queremos! Bizarro, não é mesmo?! Segundo ele, se fazemos o que queremos isso significa que somos reféns de nossos desejos e nossa razão apenas assiste toda a patifaria acontecer, desde comer coisas que não fazem bem até patrocinar estupros, pois o desejo venceu a razão, ou para ser fiel a Kant, o desejo venceu a vontade.

Na outra rodovia, na contramão dos dois autores citados acima, há Nietzsche e Freud. Ambos se completam. O filósofo alemão Nietzsche defende que nossa consciência não tem capacidade alguma de opinar sobre nada, ele defende que estamos à deriva no mundo. Sendo nossa razão apenas uma refém das emoções, ela apenas tenta explicar, sem necessariamente ter êxito, o que ocorre ao sabor das contingências emocionais nas quais estamos jogados nesse mundo.

Freud, o fundador da psicanálise, acrescenta ainda que o eu não é senhor na sua própria casa. Ou seja, você pode até perceber racionalmente o que deve ou não deve ser feito, ser sentido, mas isso não basta para a razão vencer a emoção. A razão, segundo esses dois pensadores, se dá ao luxo apenas de explicar, de justificar o que os impulsos libidinosos expressam em nosso cotidiano.

Lá no início de nossa reflexão havia dito que esse artigo se daria a partir de uma experiência de um colega em pleno carnaval, então vamos fazer a ligação. Venha comigo para você não se perder: ele estava lá tentando esquecer a ex-namorada, mulher que o desprezava, que dele debochava, que para ele mentia, dava desculpas para não mais vê-lo e dissera que não queria nem sentia mais nada por ele. Lá estava ele, tentando curtir a vida após o término da relação e, por ironia do destino, ela estava lá, na calçada, com um grupo de pessoas, aos braços de um rapaz aos beijos…

Esse colega me mandou mensagem, chorando, desabafando, e me questionou o por que ele não conseguia esquecer ela?! Ele racionalmente sabia que deveria esquecer, que estava sofrendo, mas não conseguia. Como fazer? Aonde se vende tal fórmula da indiferença? Há gurus da auto-ajuda que certamente venderão isso através de cursos online, enfim… Mas antes de me precipitar em dar respostas prontas (que não as tenho), apenas me dispus a ouvi-lo, ele precisava desabafar… A partir dessa situação decidi filosofar justamente sobre esse duelo entre razão e emoção, quem ganha? Quem é superior? Quem controla quem? Qual a sua opinião sobre isso?

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