Dados das caixas-pretas do voo Voepass estão sendo analisados pela Cenipa
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), iniciou o processo de extração e transcrição dos áudios e dados das caixas-pretas do ATR-72-500 da Voepass, que caiu na última sexta-feira, 9 de agosto, em Vinhedo, São Paulo. A queda resultou na morte de 62 pessoas e é considerado o maior acidente aéreo no Brasil nos últimos 17 anos. A expectativa é que o primeiro relatório sobre as causas do acidente seja divulgado em aproximadamente um mês.
A investigação se encontra na fase de análise dos dados extraídos das caixas-pretas, onde os investigadores estão focados em detalhes como as atividades do voo, condições operacionais e fatores humanos. Além disso, o Cenipa realizará uma análise detalhada dos componentes, sistemas, equipamentos e infraestrutura da aeronave.
As equipes de resgate concluíram a remoção dos corpos das 62 vítimas no sábado, 10 de agosto, com os restos mortais sendo encaminhados para o Instituto Médico-Legal de São Paulo para identificação e posterior liberação às famílias.
Especialistas em segurança de voo levantam a hipótese de que a formação de gelo nas asas do avião pode ter sido um fator crítico, possivelmente levando a uma perda de sustentação, conhecida como estol, seguida de queda em parafuso chato. A Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica havia emitido um alerta sobre a possibilidade de formação de gelo severo na região do acidente.
A Voepass declarou que a aeronave estava em condições adequadas e que havia passado por manutenção recentemente, reforçando que o modelo é considerado seguro. A análise das caixas-pretas será essencial para esclarecer os momentos finais do voo 2283 e determinar se houve algum tipo de comunicação de emergência antes do acidente. Até o momento, o Cenipa informou que não foram registrados relatórios de problemas durante o voo pelos órgãos de controle.