País intensifica deportações de haitianos, repatriando mais de 180 mil em seis meses em meio à crise humanitária no Haiti
Nos últimos seis meses, a República Dominicana deportou mais de 180 mil haitianos em situação migratória irregular, segundo a Direção Geral de Migração (DGM). Apenas no primeiro trimestre deste ano, 86.406 pessoas foram repatriadas como parte do plano ampliado de controle de fronteira adotado pelo governo.
Entre outubro de 2024 e março de 2025, os números mensais de deportação variaram de 25 mil a mais de 40 mil. Em outubro, foram repatriados 40.223 haitianos, seguidos por 28.703 em novembro, 25.085 em dezembro, 31.213 em janeiro, 26.659 em fevereiro e 28.534 em março. No ano de 2024, as repatriações totalizaram 276.215 pessoas.
O governo dominicano informou que, antes da deportação, os imigrantes passaram por um processo de registro e validação com equipamentos biométricos, seguindo protocolos estabelecidos. Segundo a DGM, cada pessoa foi avaliada individualmente, respeitando normas do direito internacional e processual democrático.
A ampliação do controle migratório foi determinada pelo Conselho de Defesa e Segurança da República em outubro de 2024, com apoio do presidente Luis Abinader. A medida ocorre em um momento de profunda crise no Haiti, onde a instabilidade política, a violência extrema e a crise humanitária têm agravado a situação da população. Estima-se que mais de 80% de Porto Príncipe esteja sob domínio de gangues armadas, enquanto a fome e a emigração aumentam significativamente.