É com essa pergunta, é com esse questionamento que eu inicio nossa reflexão meu querido leitor, minha querida leitora. O tema me veio a mente por acompanhar o acidente de trânsito que ocorreu com o ônibus de uma dupla sertaneja recentemente, dupla jovem, cantores jovens, músicos jovens, dentre toda a equipe alguns se foram e eu, como músico que sou, fiquei pensando: e agora? Como ficam os que ficaram? Como se sentem os que partiram? Nosso foco aqui não é adentrar na esfera metafísica e/ou religiosa, apenas fomentar reflexões sobre como andamos direcionando nossa vida.
Há os que acreditam em acaso, outros que defendem as obras do destino, mas independente disso, se você partisse hoje, que falta faria? Será mesmo que faria? Para quem faria? Você hoje se julga cercado por pessoas que lhe amam de verdade ou por pessoas que apenas se interessam por algo que você tem as lhe oferecer? Como seria se essa “fonte” acabasse? O que poderia mudar a partir desse convite a reflexão? Continuaria se doando sem nada esperar em troca? Dizem que quem muito espera muito se frustra, eu particularmente espero o mínimo possível, pois assim sou surpreendido nas sutilezas do cotidiano, os que comigo convivem sabem muito bem que não dou o valor midiático que a maioria dá para datas e eventos comemorativos, algo simples, seja lá material, seja lá comportamental vindo de coração e sendo sincero já me faz ganhar o dia tendo como consequência um belo sorriso no rosto como devolutiva!
Você tem medo de partir, medo de morrer, medo de deixar o que aqui tem de material? E as pessoas; tem medo de deixá-las aqui, pessoas que você tanto ama? Como tal reflexão pode vir a lhe ajudar no convívio com elas em seu cotidiano? Diz que ama, mas vive brigando… Como resolver esse entrave? Confesso a você que já sofri um assalto com arma na nuca e duas batidas de carro em crises de ausência no volante… Tudo isso não me faz melhor do que ninguém, apenas me faz parar e refletir sobre o sentido que ando dando a vida. Há muitos filósofos na história da humanidade que têm lá suas teorias sobre a finalidade da vida, digo isso por ser professor de filosofia, Aristóteles grande nome da Grécia dizia que a finalidade da vida é a Eudaimonia, ou seja, ser feliz colocando em prática os dons que você possui. Epicuro, outro grande nome da filosofia na Grécia defendia a Ataraxia, ou seja, uma vida sem excesso de foco em problemas desnecessários, sem focar em comparações, sem focar em prazeres que nada agregam e dos quais podemos viver muito bem sem eles. Kant, filósofo alemão se preocupava em pensar no próximo, tendo por ele a chamada empatia. Nietzsche, filósofo alemão, defendia a teoria do eterno retorno, algo que incentivava as pessoas a agirem de tal maneira que desejassem que tal ação se repetisse sempre, incentivando assim, sempre agirem fazendo o bem, fazendo o que lhes fizessem sentirem-se bem, respeitando o espaço do próximo, através da ética.
São várias as propostas de vida boa a ser vivenciada ao longo da história da filosofia, eu apenas citei algumas dentre elas, as mais famosas. Ao ler esse texto, ao refletir junto a mim sobre esse tema, qual o incômodo que ela lhe trouxe? Há algo que esteja ao seu alcance hoje, agora que você possa fazer para mudar os seus resultados? Para mudar sua sensação em pensar em partir dessa realidade? Quais sonhos você ainda tem em mente? Quais as ações que ainda falta fazer (nada esperando em troca)? Como superar o medo da partida? Quem sabe, vivendo cada segundo como se fosse o último… Reflita! Eu estou longe de ter respostas prontas, apenas tenho questionamentos e provocações como bem queria o pensador Sócrates. As respostas estão aí dentro de você! Um grande abraço.
Thiago Pontes