Por Bruno Marques
Pelo ensejo do Dia dos Professores, celebrado em 15 de outubro, o Jornal Terceira Visão volta com a seção Mestres por Paixão. Em um formato adequado às redes sociais, reiniciamos nesta edição com o professor Adauto Damasio, um dos mestres por paixão mais conhecidos de Valinhos.
História
Adauto Damasio tem 59 anos e há 36 atua como professor. Nasceu no Jardim Pinheiros e sempre morou em Valinhos. Por um curto período, morou em Barão Geraldo para cursar bacharelado e mestrado em História na Unicamp.
“Minha caminhada profissional foi tortuosa, mas percebi que seria professor ao ser contratado pelo antigo Anglo Campinas e pelas Faculdades Anhanguera nos anos 90. À época, a remuneração era muito compensatória. Comecei a gostar do que fazia”, contou.
Docente desde 1989, ele leciona História nas redes municipais de ensino de Valinhos (Ensino Fundamental) e Campinas (Educação de Jovens e Adultos), além do Colégio Alethus, em Valinhos (Ensino Médio).
Paixão e desejo de mudar
Para o professor Adauto, o bom mestre deve ter paixão e desejo de mudar a história de vida de crianças, adolescentes e adultos. “Sem paixão, não há solução para nada em nossa vida. Além disso, o bom professor deve ter o hábito de estudar, ler poesia, conteúdos de filosofia e artigos científicos em geral”, acrescentou.
Segundo Adauto, o bom professor deve ter o hábito de ir ao teatro, cinema, ouvir música de boa qualidade e frequentar exposições de arte. “O mundo precisa de leveza, pureza e delicadeza. O bom professor não pode, nunca, estar acomodado”, ressaltou.
Sociedade majoritariamente iletrada
Garante Adauto que a profissão de professor sempre existirá, pois não há robô que substitua um professor no Ensino Básico. Mas ponderou: “A questão é sobre qual qualidade terá o professor do futuro. Isso depende da qualidade intelectual da própria sociedade”.
Ele especificou que, no caso do Brasil, há uma sociedade majoritariamente iletrada, o que faz com que a própria educação não seja valorizada. Assim, os profissionais da educação também não são valorizados. “Faz-se necessário quebrar esse ciclo pouco virtuoso, em especial nas redes públicas de ensino”.