Residentes da Rua Casimiro de Abreu afirmam que ninguém se responsabiliza enquanto perigo estrutural avança
Por Bruno Marques
Pouco mais de três meses após publicação do Jornal Terceira Visão a respeito de casas do bairro Bela Vista que estão com rachaduras, a reportagem voltou ao local e constatou que além do problema avançar, nenhuma solução foi obtida. Trata-se de oito casas da Rua Casimiro de Abreu e imediações cujos moradores afirmam que o perigo estrutural tem sido causado por vazamento de água na rua.
Desta vez, o JTV visitou a casa da Roseli Roberg, moradora do bairro Bela Vista há 26 anos. Ela apontou para o teto e paredes trincando com rachaduras que se estendem da garagem até a sala, seguindo gradativamente para outros cômodos. Os trincos são um constante risco de alerta sobre as cabeças de seus residentes.
“Nexo causal”
Ela se indignou ao ouvir que o laudo da perícia apontou não ter nexo causal: “Eles nem vieram aqui ver. Faz três meses que estamos esperando a Defesa Civil enviar um engenheiro aqui. Ninguém avaliou nada na minha casa e agora dizem isso? Não dá para engolir!”.
Ao JTV ela disse que, segundo conversou com trabalhadores do DAEV, foi relatado vazamento de grande proporção: “Ouvi de um funcionário que o encanamento deveria ter sido trocado há cerca de 40 anos. O registro que tiraram estava podre”.
Segundo Roseli, o problema pode ser ainda mais extenso pois alguns moradores preferem não relatar sobre as rachaduras por, entre outros receios, temer desvalorização do imóvel. “Ninguém quer assumir a responsabilidade”, lamentou, apesar de vereadores já relatarem o problema em sessões mais de uma vez, e de a situação ter cobertura tanto da mídia local quanto regional.
Rachaduras nas paredes e na saúde
Luiz Carlos Biancardi, que mora no local há quase 50 anos, relatou que ficou com problemas nas costas por conta de escoramentos que teve que fazer na sua casa: “A situação me deixou com fortes dores na coluna porque tive que fazer reparos por conta própria”.
Cristina Belezini, cuja casa foi a mais afetada pelo problema e teve seu imóvel interditado, teve que recorrer a tratamento de saúde mental. “Estou fazendo tratamento psiquiátrico, além de estar sofrendo com muita alergia. A casa onde me mudei não possui laje, então tem muita poeira”, contou.
Esta semana teve reunião no DAEV a respeito. Havia sido dito que a prefeita iria. Mas não foi. Acabou indo um secretário, de nome Lopes, e chegou com praticamente uma hora de atraso. Novamente o JTV encaminhou perguntas à Prefeitura e ao DAEV sobre as questões constatadas, mas até o fechamento desta edição não se posicionou a respeito.