Os eleitores suíços rejeitaram neste domingo (30), por ampla maioria, a proposta de criação de um imposto de 50% sobre fortunas herdadas a partir de 50 milhões de francos suíços (cerca de US$ 62 milhões). O resultado foi contundente: 78% dos votos foram contrários à medida, superando até mesmo a oposição de dois terços prevista nas pesquisas.
O pleito foi acompanhado de perto por banqueiros e analistas internacionais, que enxergaram na votação um termômetro para o debate global sobre redistribuição de riqueza. Em países como a Noruega, impostos sobre grandes patrimônios já foram ampliados, enquanto outras nações discutem iniciativas semelhantes.
A Suíça, conhecida por abrigar algumas das cidades mais caras do mundo, vive um aumento no debate político sobre custo de vida. A proposta rejeitada foi apresentada pelo braço jovem do Partido Social-Democrata, os JUSOs, e buscava financiar projetos voltados a mitigar os impactos das mudanças climáticas. O grupo justificava a iniciativa com o slogan: “Os super-ricos herdam bilhões, nós herdamos crises”.
Críticos da medida argumentaram que o imposto poderia levar pessoas de alta renda a deixar o país, provocando perda de arrecadação e impactando a competitividade econômica. O próprio governo suíço recomendou que a população rejeitasse a proposta, classificando-a como arriscada para o ambiente fiscal nacional.
Com o resultado, a Suíça mantém sua atual estrutura tributária sobre heranças, considerada uma das mais favoráveis a grandes patrimônios no mundo.
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