Apoio social e a conscientização sobre transtornos psiquiátricos na gravidez e no pós-parto são essenciais
A gravidez e o período pós-parto são fases da vida que trazem consigo uma grande gama de mudanças físicas, emocionais e psicológicas para as mulheres. No entanto, para algumas, essas mudanças podem desencadear transtornos psiquiátricos, uma realidade que requer atenção especial e apoio da sociedade e da área da saúde. Os fatores de risco para o desenvolvimento desses transtornos incluem histórico prévio de doença mental, estresse, falta de apoio social e problemas financeiros.
“Durante minha gravidez, senti uma tristeza profunda que não conseguia entender. Eu me culpava por não estar radiante e feliz o tempo todo.”, relatou Ana Helena.
A depressão na gravidez, também conhecida como depressão pré-natal, afeta aproximadamente 10% das gestantes. Sintomas incluem tristeza persistente, perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas, alterações no apetite e sono, sentimento de culpa e exaustão. Se não tratada, a depressão pode afetar negativamente o bem-estar da mãe e do bebê.
O transtorno de ansiedade generalizada e o transtorno do pânico, também, podem tornar a gestação uma experiência angustiante. Os sintomas incluem preocupação excessiva, tensão muscular, irritabilidade e medo constante.
“Depois de dar à luz, eu me sentia esgotada, sem ânimo, e meus pensamentos ficaram muito sombrios. Não era apenas tristeza pós-parto; era muito mais do que isso.”, disse Júlia Andrea
Após o parto, é comum que as mães enfrentem desafios emocionais, como a tristeza pós-parto, também conhecida como baby blues. No entanto, cerca de 15% das mulheres podem desenvolver transtorno depressivo pós-parto, um quadro mais grave que requer atenção médica. Outro transtorno comum no pós-parto é o transtorno de ansiedade, caracterizado por preocupações excessivas sobre a saúde e a segurança do bebê. Também pode envolver sintomas físicos, como tremores, palpitações e sudorese.
Além disso, o transtorno obsessivo-compulsivo pós-parto (TOC pós-parto) é uma condição em que as mães têm pensamentos intrusivos perturbadores sobre causar dano ao bebê e, em resposta a esses pensamentos, desenvolvem comportamentos compulsivos para evitar qualquer dano real ou percebido.
“Falar com meu obstetra sobre o que estava acontecendo foi um grande alívio. Ele me encaminhou para um psiquiatra que me ajudou a entender e a lidar com minha depressão pós-parto.”, ressaltou Carla Oliveira.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para ajudar as mulheres que enfrentam transtornos psiquiátricos na gravidez e no pós-parto. Profissionais de saúde, incluindo obstetras e psiquiatras, desempenham um papel crucial na identificação e no tratamento.
Os tratamentos podem incluir terapia cognitivo-comportamental, terapia de apoio, medicação e, em casos mais graves, hospitalização.
“Estava com medo de tomar medicação enquanto amamentava, mas meu médico explicou que havia opções seguras. Ela me tranquilizou e ajustou o tratamento para o meu caso.”, explicou Rita Edna.
As experiências de mães que enfrentaram transtornos psiquiátricos na gravidez e no pós-parto são reais e profundamente impactantes. Com apoio médico adequado, terapia e o amor de suas redes de apoio, essas mães conseguiram superar desafios emocionais significativos e encontrar o caminho para uma maternidade mais saudável e feliz.
Portanto, com diagnóstico e tratamento adequados, é possível ajudar as mulheres a superar essas dificuldades e a desfrutar de uma maternidade saudável e feliz.