Trump ameaça cortar US$ 3 bilhões de Harvard e chama universidade de “extremamente antissemita”

Presidente dos EUA endurece ataques à instituição, critica presença de estudantes estrangeiros e ameaça redistribuir recursos para escolas técnicas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (26) retirar US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) em subsídios federais da Universidade de Harvard, acusando a instituição de ser “extremamente antissemita”. A declaração foi feita em sua rede social, a Truth Social.

“Estou considerando retirar três bilhões de dólares em verbas de subsídios de uma Harvard extremamente antissemita e destinar esse dinheiro para escolas técnicas em todo o nosso país. Que investimento incrível isso seria para os EUA — e tão necessário!!!”, escreveu Trump.

A medida representa mais um capítulo na escalada de tensão entre o governo federal e a mais prestigiada universidade dos Estados Unidos. O presidente americano também exige que Harvard envie uma lista de estudantes estrangeiros, o que ainda não foi confirmado pela universidade.

Pressão sobre os estudantes estrangeiros

Cerca de 25% do corpo estudantil de Harvard — aproximadamente 7.000 alunos — são estrangeiros e dependem de vistos de estudante. No início deste mês, o governo Trump anunciou a proibição da entrada de estudantes internacionais na universidade a partir do ano letivo de 2025-2026.

Harvard, por sua vez, recorreu à Justiça. Um juiz federal em Boston suspendeu a medida do governo na semana passada, acolhendo os argumentos da universidade de que a política viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA e outras leis federais.

“Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard. Com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil”, declarou a universidade, fundada há 389 anos.

Cortes e retaliações

Desde abril, a Casa Branca intensificou ações contra a universidade. Já foram congelados US$ 2,2 bilhões em subsídios e US$ 60 milhões em contratos oficiais. A administração Trump também ameaçou revogar o status de isenção fiscal de Harvard, o que comprometeria a captação de doações bilionárias.

Entre os impactos diretos das retaliações estão projetos de pesquisa suspensos em parceria com órgãos como os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e o Departamento de Segurança Interna (DHS).

O pano de fundo político

A relação entre Harvard e o governo Trump entrou em colapso após a universidade se recusar a acatar determinações da Casa Branca para limitar protestos pró-Palestina e acabar com políticas de diversidade e inclusão.

A retórica do presidente, que vincula a presença de estudantes estrangeiros a “lunáticos radicalizados”, gera críticas de acadêmicos e defensores dos direitos civis. Até o momento, a Casa Branca não apresentou provas formais que embasem tais alegações.

O Tribunal Federal de Boston realizará audiências entre os dias 27 e 29 de maio para examinar a legalidade da suspensão da política do governo.

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