Trump ameaça aumentar tarifas automotivas para atrair montadoras aos EUA

Presidente americano defende protecionismo como forma de impulsionar indústria nacional e cita investimentos da GM e Hyundai como resultado da política tarifária

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender o aumento das tarifas sobre automóveis como estratégia para forçar as montadoras a ampliarem seus investimentos dentro do território americano. Segundo ele, medidas protecionistas já estão surtindo efeito e podem ser intensificadas.

“Posso aumentar essa tarifa num futuro não muito distante. Quanto mais alto, maior a probabilidade de construírem uma usina aqui”, afirmou Trump durante um evento na Casa Branca.

Para justificar sua posição, o presidente citou investimentos anunciados recentemente por grandes fabricantes. A General Motors, por exemplo, revelou planos para investir US$ 4 bilhões em três fábricas nos Estados Unidos, além de transferir parte da produção de SUVs que atualmente ocorre no México. Ele também mencionou o aporte de US$ 21 bilhões da Hyundai, que inclui a construção de uma nova siderúrgica no país.

“Eles não teriam investido 10 centavos se não tivéssemos tarifas, inclusive para a fabricação de aço americano, que está indo muito bem”, destacou Trump.

Montadoras reagem às tarifas

Desde que a tarifa de 25% sobre automóveis foi imposta, montadoras vêm pressionando a Casa Branca por sua redução. O aumento nos custos está diretamente impactando os preços ao consumidor e a rentabilidade das empresas. A Ford Motor e a Subaru of America, por exemplo, já elevaram os valores de alguns modelos para compensar as tarifas.

Em uma estimativa recente, a Ford projetou perdas de US$ 1,5 bilhão em lucros ajustados por causa da política tarifária. Já a GM informou ter uma exposição tarifária entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões, sendo cerca de US$ 2 bilhões relativos a veículos importados da Coreia do Sul.

Governo concede incentivos para aliviar impacto

Reconhecendo os efeitos colaterais da política, Trump assinou uma ordem executiva oferecendo créditos e isenções fiscais sobre materiais e peças utilizadas na produção nacional. Entre as medidas, está a concessão de créditos equivalentes a até 15% do valor de veículos montados nos EUA.

A iniciativa busca mitigar os custos adicionais enfrentados pelas montadoras e dar tempo para que a cadeia produtiva se reorganize internamente.

Leia anterior

Maioria dos brasileiros ainda aposta em sites ilegais mesmo após regulamentação do setor

Leia a seguir

Furtos de veículos aumentam pelo quarto mês seguido