Queridos leitores, cá estamos juntos mais uma vez refletindo sobre assuntos do nosso cotidiano. Eu me permito usar de meu principal instrumento norteador: a Filosofia; e por hoje ser uma data diferenciada, irei incluir uma dose de Teologia nesta coluna. Filosofia e Teologia; juntas: provocando você! Acompanhe-me nessa jornada. Para os cristãos, hoje termina a quaresma, período em que o mestre Jesus se retirou para refletir e rezar no deserto.
Estamos na chamada quinta-feira santa, onde há o rito do lava pés, além da última ceia onde, dentre outros ocorridos como a instituição da eucaristia e da menção da negação de Pedro, há ainda a menção da traição de Judas. Vamos juntos tentar traçar um paralelo entre esses fatos narrados na escritura sagrada com os fatos atuais. Pois bem, no domingo anterior foi celebrado o chamado domingo de ramos no qual comemorou-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Ali Jesus recebeu afetos, gesto de carinho e de admiração. Quantas vezes você ouviu de pessoas conhecidas, amigos, familiares que você podia contar com eles e na hora que mais precisou não achou um, nenhum deles… Foi assim com Jesus, o Mestre sofreu com a omissão de Pedro negando-o três vezes. E qual ponte podemos fazer em relação à traição de Judas? Quantas vezes você depositou confiança em alguém e aquele gesto não fora recíproco? Talvez você se sentiu traído ou traída por “amigos” e familiares que literalmente juravam estar com você todo o tempo?
Que tal nos encaminharmos para o final de nossa reflexão fazendo uma linda ponte com o ato de Jesus lavando os pés dos seus discípulos?! Vale ressaltar que os discípulos escolhidos pelo filho de Deus foram doze pessoas extremamente ignorantes do ponto de vista intelectual, como simples pescadores; homens do povo. Ele podia ter escolhido doze homens da elite, mas não o fizera. Hoje o que mais vejo são pessoas bajulando outras que tem status para conseguirem o que querem, enfim… Voltando ao rito do lava pés, o filho de Deus se ajoelhou e lavou o pé de quem peregrinava com Ele, uma inversão de valores, concorda? Quantos líderes fariam o mesmo por seus funcionários, dando a cara tapa na hora de assumir os maus resultados da multinacional onde trabalham? Eu já trabalhei em duas e posso lhes garantir: jamais vi isso, está cada dia mais raro; não basta ler livro de auto-ajuda barata sobre liderança se não praticá-la.
Humildade! Qual a última vez que você julga ter tido atitudes humildes para com seu próximo, seja ele conhecido ou não? Termino ressaltando que nos compete jamais perder a fé e enfrentar nossos problemas, segurando a cruz que cada um de nós tem, de cabeça erguida, pois no final dessa pandemia, no final de nossas dificuldades a vitória chegará; talvez não do jeito que eu ou você queiramos, mas ela chegará… Até lá, aproveitemos o caminho, lembrando-se que ele pode sim ser cheio de dor e sofrimento como foi o Dele, caindo e levantando mais de uma vez, inclusive precisando de ajuda como Ele precisou da de Simão, o Cirineu. Reze, confie e espere! Um grande abraço.