Quem nunca comeu um figo roxo, não sabe o que está perdendo!…
O figo roxo, com sua casca aveludada e interior suculento, quando aberto, revela uma polpa rubi intensa, cheia de pequenas sementes brilhantes, com um sabor que mescla uma combinação perfeita de doçura e uma leve acidez, que derrete na boca, deixando um rastro de satisfação.
O figo é fruto da figueira, que é uma árvore de porte pequeno a médio; cresce de 6 a 10 metros de altura, mas geralmente não ultrapassa os 8 metros. As flores da figueira não são visíveis pois se encontram dentro do figo, que é uma infrutescência e não uma fruta. Na verdade, o figo é uma flor “invertida”, suas estruturas florais estão voltadas para o seu interior, dando origem ao pseudofruto. O pequeno orifício visto na base do figo é uma passagem estreita para os polinizadores. As flores são polinizadas devido a uma simbiose com um tipo muito específico de vespa-do-figo. Em troca da polinização os figos fornecem alimento e abrigo para todas as fases de vida da vespa, em uma complexa relação.
O figo é uma das frutas cultivadas mais antigas do mundo, com uma história que remonta a milhares de anos. Originário da região do Mediterrâneo e do Oriente Médio, o figo é mencionado em textos históricos, incluindo a Bíblia, e era amplamente apreciado por antigas civilizações como os egípcios, gregos e romanos, sendo reverenciado não apenas como alimento, mas também como símbolo de fertilidade e prosperidade. O cultivo do figo se espalhou por várias partes do mundo ao longo dos séculos, graças às rotas de comércio e às migrações humanas e, também, por intermédio dos gregos e romanos, que espalharam a cultura do figo por toda a Europa, durante suas expansões.
O figo chegou ao Brasil no período colonial, trazido pelos portugueses que colonizaram o país a partir do século XVI. No entanto, foi apenas no início do século XX que o cultivo de figos começou a se consolidar de maneira significativa, especialmente nas regiões sul e sudeste do país, onde o clima é mais favorável para a cultura.
Em Valinhos, o desenvolvimento da produção de figo roxo começou no início do século XX, principalmente após a chegada de imigrantes italianos, que trouxeram consigo técnicas agrícolas avançadas e o conhecimento do cultivo do figo, as quais começaram a ser praticadas, de forma mais organizada, a partir da década de 1920.
E o figo, com sua longa história e rica tradição, encontrou um lar próspero em Valinhos, onde a combinação de condições naturais favoráveis e o empenho dos agricultores, transformaram o município na Capital Nacional do Figo Roxo.
Nos anos seguintes, a produção cresceu rapidamente. O figo roxo de Valinhos conquistou mercados não apenas no Brasil, mas também em países como os Estados Unidos e a Europa. A qualidade superior do figo de Valinhos foi reconhecida, e o município se tornou um importante polo produtor.
Hoje, o figo roxo é uma das principais culturas de Valinhos, contribuindo significativamente para a economia local, envolvendo a sua produção várias etapas, desde o cultivo e colheita até a comercialização e exportação.
Para celebrar essa tradição, Valinhos realiza anualmente a “Festa do Figo”, um evento que destaca a importância econômica e cultural do figo roxo para a cidade, atraindo milhares de visitantes e inclui exposições, venda de produtos derivados do figo e, também, de goiaba e outras frutas, além de atividades culturais.
A propagação do figo no Brasil, e particularmente em Valinhos, exemplifica como uma cultura pode ser adaptada e florescer em novas terras, mantendo sua relevância econômica e cultural ao longo dos anos. E assim, ano após ano, a colheita dos figos roxos, celebra a vida, a amizade, tradições antigas e o eterno ciclo da natureza, reverenciando a magia da terra fértil em que florescem, deixando um doce gosto de esperança e felicidade nos corações de todos que vivem e compartilham o seu amor por Valinhos!