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Valinhos enfrenta desafios ambientais críticos, alerta biólogo

Para Fábio, a criação de uma Unidade de Conservação é essencial para proteger os ecossistemas locais

Por Gabriel Previtale

Valinhos, cidade conhecida pela exuberância da Serra dos Cocais, enfrenta desafios ambientais significativos. Nesta semana, onde comemora-se o Dia do Meio Ambiente (5 de junho), Fábio Motta (@_fabio.motta), biólogo de 24 anos, residente da cidade, destaca a ausência de proteção legal para os 5 mil hectares de paisagens naturais e morros da serra. “Valinhos insiste em ignorar a vida natural que possui e sua extrema importância para a manutenção da vida”, lamenta.

A atividade humana na região tem impactado severamente a biodiversidade de Valinhos, especialmente na Serra dos Cocais. “Estamos perdendo espécies de animais que podem ainda nem ter sido descobertas”, alerta Motta. Recentemente, segundo o entrevistado,  um projeto de loteamento e condomínio foi proposto na área, ameaçando espécies como o gato mourisco e a onça parda, além de dois biomas críticos: a Mata Atlântica e o Cerrado.

Para Fábio, a criação de uma Unidade de Conservação é essencial para proteger os ecossistemas locais. Ele enfatiza a necessidade de pressão popular para que o poder público tome ações efetivas. “A união das comunidades é crucial para exigir um futuro sustentável para o município”, afirma.

Fábio Motta conclama a comunidade valinhense a agir e pressionar por políticas que garantam um futuro sustentável para as próximas gerações

Valinhos conta com iniciativas de conservação, como a Associação de Geologia e Espeleologia da USP (GGEO), que estuda as cavernas da serra, e o Instituto de Pesquisas Faunísticas e Ambientais Naturezando (IPFAN), focado na fauna local. “Esses projetos são fundamentais para trazer conhecimento técnico e científico à comunidade valinhense”, diz Motta.

Para envolver mais a comunidade na proteção ambiental, o biólogo sugere políticas sérias de Educação Ambiental. “Precisamos incitar a importância de proteger o que temos e ensinar sobre a vida natural com quem partilhamos o município”, explica.

Motta critica a falta de políticas públicas favoráveis ao meio ambiente em Valinhos. “As políticas públicas não estão contribuindo para a sustentabilidade. Argumentos técnicos não têm surtido efeito em nossos governantes”, comenta, referindo-se ao fracasso do plano diretor em proteger a Serra dos Cocais. “Enquanto as leis protocoladas em Valinhos seguirem o interesse particular e do capital, seguiremos ao colapso ambiental como muitos outros municípios e estados no Brasil”, completa o biólogo.

Diversas espécies de fauna e flora em Valinhos estão ameaçadas de extinção, devido à presença de biomas como Mata Atlântica, Cerrado e resquícios da Caatinga. “A necessidade de protocolar uma Unidade de Conservação é gigantesca, sem isso será impossível proteger nossa biodiversidade”, enfatiza.

O crescimento urbano e industrial de Valinhos também é uma preocupação na fala de Fábio. A especulação imobiliária ameaça a Serra dos Cocais, com condomínios invadindo áreas naturais. “A expansão imobiliária sobre a serra não é apenas cruel com a fauna e a flora, é também um crime contra a saúde humana”, alerta Motta.

O futuro ambiental de Valinhos depende das ações tomadas agora. “Existem dois possíveis futuros: um com sustentabilidade e contato com a natureza, e outro sem sombra, água ou ar respirável”, afirma Motta. “Estamos em um ano decisivo para escolher esses futuros. Escolha com sabedoria aqueles que escolherão pelo futuro da sua família.”

Fábio Motta conclama a comunidade valinhense a agir e pressionar por políticas que garantam um futuro sustentável para as próximas gerações.

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