Sábado é o Dia da mentira e o Jornal Terceira Visão utilizou as falas que ecoam no município através da população, porém, Valinhos não é uma ilha. Acompanhando as notícias de outras cidades verificamos o mesmo descontentamento. Não é preciso muito, é só dar uma volta em Campinas e ver o estado das ruas, a reclamação da saúde e os desabafos relatados com a autarquia que cuidada da água. Vamos além, os noticiários do Brasil tonificam a cada dia as frustações da população com o estado das cidades e, em Valinhos, não é diferente.
Os jogos políticos começaram a se salientar neste ano, e as espadas estão empunhadas pelos líderes partidários e aí surge ainda mais falácias, vídeos e reclamações de diversos pontos já conhecidos.
Segundo a administração pública, a grande dificuldade, principalmente na questão asfáltica e de zeladoria, está interligada às fortes chuvas e também pela antiga massa asfáltica que há anos vem sendo remendada de maneira inapropriada. Já a falta de água, que tanto preocupa a cidade, está sendo bastante discutida no Legislativo, onde muito se fala de falta de investimentos dos governos anteriores, mas o período de estiagem ainda não chegou para aterrorizar o município e vale a pena aguardar e ver se a nova interligação da adutora vai suprir a demanda da cidade.
A educação sofre na falta de professores e grande número de afastamentos, o que vem acontecendo em muitos municípios, só naquelas cidades onde a arrecadação é maior e a oferta de vagas é vantajosa os reflexos são menores.
A falta de empregos e empresas é reflexo de muitos anos em Valinhos, que nada fez para incentivar a vinda de grandes empreendedores e indústrias, e o pouco que tinha se perdeu.
Já o empreendedorismo imobiliário vem tomando conta da cidade, e ninguém, até hoje, teve coragem de brecar, sendo assim, os grandes vales e montanhas estão sendo tomados por grandes espigões de prédios e o município vem tendo grandes dificuldades na aprovação do novo plano diretor, afrontado por um grande grupo de ativistas que buscam a sustentabilidade e a qualidade de vida em Valinhos.
As enchentes que parecem tomar maiores proporções a cada ano, também assustam os munícipes, e em outras cidades as catástrofes também foram muito maiores, mas isso tudo se caracteriza pelo forte crescimento da cidade e a falta de investimento para captação e escoamento das águas.
A saúde é o caos do SUS, onde os municípios vêm se equilibrando na saia justa para manterem a excelência e tentarem oferecer o melhor. Falta de remédios, de médicos, de farmacêuticos, filas de exames, consultas e cirurgias, são as reclamações corriqueiras nos quatro cantos do país e reflete em Valinhos também.
E é ‘nos corres’ de atender as demandas mais urgentes, que os políticos acabam sendo cobrados constantemente, ainda mais num tempo em que as redes sociais apontam o problema em tempo real, e não há prefeito melhor que volte, que aguente todas as reclamações e consiga atender de maneira única todos os setores da administração.
Na última semana, a prefeita de Valinhos deu um passo na busca de melhorias da cidade em questões de limpeza e zeladoria, e o tempo dirá se realmente os munícipes vão se orgulhar de morar em Valinhos.
O raio-x aponta os problemas e as soluções vão sendo tomadas até onde a administração pública consegue chegar, pois existe uma responsabilidade com os gastos e órgãos competentes para fiscalizar.
É preciso lembrar, também, que o país e o mundo atravessaram um período de pandemia e de Guerra, que refletiram diretamente na população como um todo, e as demandas, principalmente da saúde e da educação, estão sendo crescentes. Muitos perderam o emprego, o plano de saúde e o poder aquisitivo para manterem seus filhos na rede particular, e aí os prefeitos precisam requebrar com o mesmo orçamento. E aí, qual a solução? Difícil!
Portanto, quem sabe no próximo dia 1º de abril a situação seja outra e a mentira contada hoje seja realidade. Vamos aguardar e cobrar constantemente, pois as coisas precisam acontecer para que os munícipes possam se orgulhar desta cidade, que modéstia à parte – “É bonita, é bonita e é bonita”.