A Carta sugere o estabelecimento, junto aos órgãos de fomento, de programas que estimulem a formação e a pesquisa em áreas aplicadas e básicas, incluindo as humanidades e as artes.
Carta feita pela reitoria da Unicamp pede valorização da ciência e traz propostas direcionadas para a educação e o estimulo à inovação. Carta foi entregue nesta quinta-feira (5) pelo reitor Antonio José de Almeida Meirelles para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que participou de um ato no Teatro de Arena da Universidade.
Documento foi intitulado de “Carta pela Ciência e Educação”, solicita uma política de Estado direcionada ao financiamento do ensino superior com garantias de autonomia acadêmica e administrativa.
Além disso, pede que os políticos promovam a discussão permanente com a sociedade para o desenvolvimento do ensino superior, da ciência, tecnologia e inovação. O documento sugere programas que estimulem a formação e a pesquisa em áreas aplicadas e básicas, incluindo as humanidades e as artes.
A Carta sugere ainda que as instituições públicas e privadas se orientem pela Agenda 2030 e pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU como a educação de qualidade, erradicação da pobreza e proteção ambiental, entre outros.
Espírito democrático
O reitor da Unicamp diz que o encontro reafirma o espírito democrático que norteia a Universidade desde o seu nascimento.
Meirelles garantiu que o documento será entregue a todos os políticos que se dispuserem a dialogar com a comunidade acadêmica.
“Entramos em um período que se concluirá com as eleições. Nossa comunidade se dispõe a conversar com os diferentes matizes político-ideológicos do País”
afirmou.
“A Unicamp tem sido, desde sua criação, um espaço aberto de discussão democrática, mesmo em momentos difíceis de nossa história política”
disse o reitor.
“Quero reafirmar o compromisso da Unicamp com a democracia e com o diálogo. Desejamos que a comunidade tenha a possibilidade de discutir questões relevantes para o futuro do País”
explicou.
Para ele, a comunidade acadêmica se preocupa de modo especial com o futuro da educação, com a geração de conhecimento, de cultura, com a inclusão e com os valores da democracia.
“Seria estranho que um espaço como a Unicamp fechasse suas portas a uma discussão com o universo da política”
argumenta.
Segundo o reitor, a Unicamp quer participar do debate sobre questões nacionais e da formulação de políticas públicas.
“Nosso objetivo é influenciar na formulação dessas políticas, com a meta de construir uma política civilizatória, que melhore a distribuição de renda e o acesso da população aos bens da modernidade”
explicou.
O documento
Ao receber o documento, o ex-presidente agradeceu à Unicamp. “Esta Universidade tem muito a ver com a minha vida, sem eu nunca ter estudado aqui”, disse ele.
“Eu devo muito a esta Casa porque ela produziu parte das pessoas que me ajudaram a chegar onde cheguei, a elaborar programas de governo, a governar o País”
afirmou.
Lula citou os casos do historiador Marco Aurélio Garcia e dos economistas Maria Conceição Tavares e José Graziano – que, segundo o ex-presidente, foi o responsável pela estruturação do programa Fome Zero.
“Esta Universidade ajudou a produzir grande parte da consciência política deste País, deste Estado e desta cidade”
disse ele.
Depois do encontro com os membros da Administração Central da Unicamp, o ex-presidente participou de um ato no Teatro de Arena da Universidade, em que discursou para estudantes e simpatizantes.
Conteúdo: Unicamp.