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Você tem mais amigos ou colegas?

Por Thiago Pontes – filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial

Você se considera uma pessoa com muitos ou poucos amigos? Acredita que as redes sociais refletem com precisão os amigos com os quais você realmente pode contar? Você já vivenciou experiências nas quais você precisou do “ombro amigo”, “da mão amiga” estendida a você e não encontrou nenhuma? Já se decepcionou com tal expectativa? Pois bem, é essa a pauta de nossa reflexão hoje. Posso contar com sua atenção? Obrigado.

Minha querida leitora, meu caro leitor, há tempos venho observando o rumo de nossa sociedade, faço tal análise com base no conhecimento que possuo em filosofia e sociologia, partindo de certo senso crítico onde tenho a cautela de perceber a diferença de comportamentos em diferentes situações. Tal análise na sociologia se chama Fato Social, teoria criada pelo francês Émille Durkheim, onde constata-se, observando de fora, que existe tal divergência em ocasiões A ou B. O raciocínio lógico criado pelo grego Aristóteles também se faz útil aqui para tentarmos “fechar esse quebra-cabeça”. Você já percebeu que existe diferença na quantidade de amigos em momentos felizes, como os de festas, por exemplo? Tal diferença é discrepante no momento em que você precisa de um suporte, de um amparo como em uma emergência em caso de saúde, por exemplo.

Eu estou há anos analisando isso, já desconfiava sim que havia enorme discrepância no fato, até precisar e vivenciar isso mais de uma vez. “Tamu junto”, “é nóix”, cansei de ouvir tal frase, frase da boca pra fora, vazia, típico de quem quer parecer uma boa pessoa, mas quando precisei não encontrei um ser vivo que me estendesse a mão, e partindo disso passei a rever o conceito de amigo em comparação com o de colega. Antigamente usava muito o “rótulo” de amigo para pessoas que apenas conhecia, com isso achava, concluía que eu tinha vários amigos, mas atualmente tenho enorme cautela em usar tal conceito, hoje uso com maior facilidade o conceito de colega, aquele que está ali… Apenas está e dele nada se pode esperar, é melhor assim.

O ato de esperar cria expectativa e se ela não for correspondida gera em quem espera grande frustração. A conclusão a qual cheguei hoje é filtrar bem quem é amigo de quem é colega e não se deixar levar na emoção principalmente por quem nos elogia, por quem curte, ou nos segue em redes sociais. Números são apenas números, palavras são apenas palavras… Como diria minha saudosa avó dona Angelina: “- Thiago, falar, até papagaio fala. Cuidado!”. Prudência é o que assumi ter no convívio social. Decidi não esperar nada, apenas constatar o que se fala através da ação, de atitudes, essas sim demonstram o real valor da amizade que jurava-se ter. Haveria espontaneidade sem segundas intenções no ato feito, se é que é feito para com você? O filósofo contratualista Thomas Hobbes defende que nosso estado de natureza, nossa essência seja a de pessoas egoístas. Você concorda com ele? Quem em momentos de tensão é cada um por si?

Você já parou para pensar nisso? Pense, relembre situações ou até cogite fazer convites em forma de teste; chame para um churrasco onde a pessoa não precise levar nada e em outro momento peça aos seus amigos para lhe levarem no médico, ali você estará diante de uma grande oportunidade de “separar o joio do trigo”. É óbvio que em um simples teste você não tire conclusões, mas meu convite é começar a perceber isso, esperar menos, se doar mais e ter prudência na hora de classificar quem é colega e quem é amigo de verdade. Um grande abraço.

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