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Voltei a engordar. Posso fazer a cirurgia bariátrica outra vez?

A primeira coisa que precisa ficar clara é que, na maioria dos casos, o paciente que faz a cirurgia bariátrica e volta a engordar não tem problemas fisiológicos, ou seja, não tem nenhum problema com a cirurgia em si. A recidiva da obesidade é, quase sempre, resultado de maus hábitos alimentares e da falta de atividade física. Então, o melhor caminho é o paciente retomar o tratamento com a equipe multidisciplinar para reverter o quadro. Vale lembrar que quanto antes ele procurar, mais fácil de voltar a emagrecer.

Mas então, quando é possível – ou necessário – fazer a cirurgia revisional, que é uma correção ou alteração da técnica utilizada anteriormente? São vários os fatores que podem levar o cirurgião a optar por uma revisional. Vou citar aqui os mais comuns.

Pacientes que, por algum motivo, não se adaptaram à técnica utilizada podem fazer uma conversão para outra técnica. Há, ainda, a opção de reversão da cirurgia, para casos de problemas nutricionais graves.

Também podemos fazer uma cirurgia revisional em pacientes que precisam retirar o anel, em cirurgia Fobi-Capella, que estão com o estômago dilatado, que apresentam fístula gastrogástrica ou que ficaram com o desvio do intestino muito grande, comprometendo sua qualidade de vida.

Pacientes que não atingiram sua meta de emagrecimento ou que não conseguiram manter o peso até podem passar por uma cirurgia revisional, mas apenas se apresentarem problemas na cirurgia realizada anteriormente. Caso contrário, basta mudar os hábitos e retomar o acompanhamento com a equipe.

Se o problema for apenas a recidiva da obesidade e não houver resultados com o tratamento clínico, temos outros tipos de tratamentos antes de pensar em uma revisional, entre eles, o plasma de argônio e o TORe.

A coagulação com plasma de argônio promove uma cauterização na anastomose, que é a emenda entre o estômago e o intestino, causando o estreitamento do local. O procedimento é endoscópico. Já no TORe, também realizado por endoscopia, além de diminuir o tamanho da anastomose, nós reduzimos o tamanho do pouch (estômago pequeno). A técnica, no entanto, é diferente. A redução é feita através de uma “costura”.

É importante frisar que cirurgias revisionais são raras e mais complexas do que a primeira cirurgia, portanto, é preciso esgotar outras alternativas antes de optar por elas.

A cirurgia bariátrica é um procedimento seguro e muito eficiente para a perda de peso, mas os resultados a longo prazo estão totalmente ligados a uma mudança de vida do paciente. Não há milagres. Ela é uma ferramenta para que a pessoa melhore seus hábitos alimentares e de atividade física, dois pontos fundamentais para qualquer tratamento da obesidade.

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