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Desabastecimento de medicamentos em farmácias preocupa moradores de Valinhos

Medicamentos como antibióticos e xaropes começam a faltar, devido à falta de insumos importados devido à pandemia e a guerra da Ucrânia

Em virtude da alta demanda, motivada pela chegada do frio e pelo aumento dos casos gripais, remédios para síndromes respiratórias, principalmente para crianças, desapareceram de muitas prateleiras e de estoques das farmácias nos últimos tempos. Porém, a falta de medicamentos já ocorre desde fevereiro.  Alguns estabelecimentos têm determinadas dosagens, mas não todas as apresentações.

A falta de remédios como os antibióticos e xaropes tem preocupado a população de Valinhos. Algumas pessoas procuraram a reportagem deste semanário relatando este fato, sendo assim, a reportagem do Jornal Terceira Visão conversou com algumas farmácias do município e constatou a real falta dos medicamentos.

Em contato com a Multidrogas, no Jardim São Marcos, a farmacêutica responsável, informou que está havendo falta de antibióticos (Amoxicilina e Clavulin) e de xaropes como: Ambroxel, Bromexina, Percof e Seki. E ressaltou, que os laboratórios estão justificando a falta destes por não haver matéria prima e embalagem.

A Drogaria Nova Era, no Bom Retiro, também afirmou a falta de Amoxicilina, Azitromicina e Cefalexina, tanto as de referência, genéricos e similares, e a justificativa apresentada é a mesma, falta de matéria prima provindas da China e da Índia.

O farmacêutico Odair da Farma Rapha relatou a falta de Amoxicilina em geral, Azitromicina, Claritromicina e muitos outros que não são antibióticos também. O motivo apontado é a falta matéria prima, principalmente quando vem de fora. Odair já imaginava que isso pudesse acontecer desde o início da pandemia, pois ninguém estava preparado para enfrentar esse gigante invisível, que até hoje vem apresentando grande dificuldade para ser contido. E ressalta que sendo o Brasil imenso, mesmo tendo matéria prima vai demorar um bom tempo para normalizar a situação.

A Droga Total, no Parque Portugal, relatou a falta de antibióticos, como:  Amoxicilina suspensão e outras dosagens, Azitromicina suspensão e Cefalexina suspensão, e também afirmou a falta de xaropes. A justificativa apresentada por parte dos fornecedores é a alta demanda e a falta de insumo por conta da guerra. “Quando chega alguma coisa no fornecedor, o preço está bem elevado e eles permitem uma determinada quantidade por CNPJ. “Por exemplo, uma vez chegou amoxicilina de 400mg/5mL num fornecedor e a gente podia comprar somente 6 caixas, e ainda tinha um mínimo para completar para poder levar o antibiótico em questão”, ressaltou o proprietário.

O Flávio da Droga 11, na Avenida 11 de agosto, afirmou que está tendo falta de antibiótico, principalmente para uso pediátrico, como: Amoxicilina suspensão oral 250mg e 500mg, Azitromicina suspensão oral de todas as miligramagens e Clavulin. “Estes estão inexistindo nas farmácias momentaneamente”, ressaltou. Já na parte dos comprimidos tem alguns em falta como Amoxilina+Clavulanato, porém Azitromicina e Amoxilina comprimido está sendo encontrado mais facilmente. Os principais laboratórios justificam a falta do medicamento pelo surto de Covid-19 na China que acarreta a dificuldade de distribuição destes medicamentos. E, também, os laboratórios ficaram um período parados e agora estão retomando a produção em grande escala, mas existe a dificuldade de escoamento dos produtos.

Boa parte dos medicamentos em falta, constatados pela reportagem do JTV, é de xaropes e remédios em gotas para uso pediátrico, o que traz uma preocupação maior com os tratamentos de crianças. Além disso, nesta época mais fria ocorrem mais doenças respiratórias, que provocam uma procura maior por antibióticos, analgésicos e expectorantes.

Em contato com a pediatra da Rede Pública de Valinhos, Dra. Telma Duarte, ela declarou:

“Há algum tempo as prescrições de antibióticos pelos pediatras têm sofrido com a escassez, por vezes a ausência de antibióticos de largo uso na clínica pediátrica. Temos convivido com a falta dos principais antibióticos indicados como primeira escolha nos protocolos de tratamento de patologias respiratórias, infecções do trato urinário e infecção de pele. Essa escassez obriga mudança da prescrição  abrindo mão  da primeira escolha para o tratamento.  Como consequência tem-se tratamento mais prolongado e caro, aumentando o risco de seletividade de micro-organismos mais resistentes, maior necessidade de leitos hospitalares para as patologias respiratórias de inverno. Em disputa direta com a demanda no cenário de Covid. Aumenta o custo do tratamento para as famílias, para o SUS, e gera clima incerteza e apreensão entre os pediatras”.

Portanto, a falta de medicamentos não está ocorrendo somente em Valinhos, haja vista que existem diversos estados e regiões com a mesma reclamação, o que ocasiona um cenário de incertezas e preocupação no trato das infecções, principalmente neste período de frio, onde as patologias agregadas ao uso destes medicamentos é maior.

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