Inflação nos últimos 12 meses ficou em 11,89% em todo o país, segundo dados do IBGE
Por Victor Braga
A inflação vem crescendo ao longo destes oito meses de 2022. A população sofre com um poder de compra cada vez menor e assiste a uma alta implacável dos alimentos. Imagens de pessoas em estado de miséria procurando o que comer dentro de caminhões de lixo e em filas para comprar ossos se tornaram rotina e cerca de 33,1 milhões de pessoas já passam fome, segundo o 2° Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.
De dez famílias, apenas quatro conseguem ter acesso à alimentação no país. É um número expressivo que reflete a condição em que os brasileiros vivem após dois anos de pandemia e uma inflação crescendo dia após dia.
O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo está ganhando destaque. Isso porque a inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 11,89%, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Somente neste ano, a taxa acumulada já está em 5,49%. Já os preços de alimentos e bebidas, ficou com uma taxa de 1,16% em julho. Para entender melhor o que isso significa, o IPCA é o índice que o Banco Central do Brasil (Bacen) utiliza como oficial da inflação. Ele informa o quanto os preços de produtos consumidos aumentaram ou diminuíram.
Por exemplo, o IPCA teve um aumento de 0,47% em maio. Isso significa que, durante o mês, os produtos e serviços consumidos pela população sofreram aumento médio de 0,47%. No ano passado, em 2021, o IPCA acumulado fechou em 10,06%. Foi o maior valor desde 2015 (com 10,67%).
Devido à situação, o Jornal Terceira Visão resolveu trazer preços de produtos que são utilizados para uma cesta básica. Os itens selecionados foram:
- Açúcar 1kg;
- Arroz 5kg;
- Café 250gr;
- Extrato de tomate 300g;
- Fubá 500gr;
- Farinha de trigo 1kg;
- Feijão 1kg;
- Macarrão 500g;
- Óleo de soja 500ml;
- Sal 1kg;
- Biscoito Recheado 115g;
- Gelatina em pó 30gr;
- Leite 1l;
- Achocolatado 400gr.
O JTV percorreu nove supermercados do município para compartilhar com a população os valores destes produtos básicos, que são oferecidos na cesta. Assim, fomos no Roldão; Dia; Spasso Sabores; Zarelli; ASP; Caetano; Flex; Dalben; Pão de Açúcar.
A lista não é o suficiente para uma alimentação correta durante o mês todo. Alguns produtos, como carne, frango, ovo, pão, entre outros, não foram incluídos.
Uma loja de cestas básicas da cidade informou o valor total de R$ 72,50. Abaixo está a tabela com os valores:
A própria população pode refletir. Não foram considerados valores promocionais ou com descontos em maiores quantidades, mas sim, os preços fixos de cada item.
Lembrando que isso é apenas uma cesta básica, faltando itens como uma mistura, ovo, higiene pessoal, produtos de limpeza. Essa lista não é suficiente para que uma família sobreviva durante um mês todo.
Deixamos a reflexão para os nossos leitores, a situação em que mais de 33,1 milhões de brasileiros vivem com apenas uma cesta básica ou menos que isso, se sujeitando às lixeiras de restos de alimentos, filas de ossos, apenas para se manter em pé. Algo deve ser feito, uma atitude tem que ser tomada.