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Câncer de cólon tem o terceiro maior número de casos no país

Atrás apenas dos tipos que acometem a mama (1º lugar para as mulheres) e a próstata (1º lugar para os homens), o câncer de cólon é o terceiro mais comum no país, de acordo com estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), e poderá atingir mais de 45 mil brasileiros até 2025. Apesar da grande ocorrência no Brasil, é possível evitar a doença com o diagnóstico precoce.

No país, a cada 100 mil habitantes, o INCA alerta que 21 são diagnosticados com o câncer de cólon, uma doença que atinge o intestino grosso e o reto. Os tumores malignos são tratáveis e, na maioria dos casos, com cura quando detectados na fase inicial. A grande maioria dos casos de câncer começam com pequenas lesões, que crescem na parede interna no intestino, chamados de pólipos, algumas doenças inflamatórias no órgão ou ainda por meio de síndromes genéticas.

A sua gravidade e a alta incidência são um sinal de alerta aos médicos quando pacientes trazem queixas de dores abdominais, sangramento nas fezes ou alterações no hábito intestinal, como diarreias e constipações, antes inexistentes. Para o médico Luis Fernando Tullio, CRM 11648-PR e RQE 4309 e 8667, gastroenterologista e responsável técnico do Serviço de Endoscopia Digestiva no Hospital Santa Cruz/Rede D’Or, o câncer de cólon avançado, geralmente, apresenta sintomas característicos, mas no estágio inicial pode ser assintomático, tornando difícil sua suspeita por parte do paciente.

E a principal ferramenta para o diagnóstico precoce é a colonoscopia. O exame é feito com o auxílio de um tubo flexível e fino que tem um microcâmera na ponta. Ele transmite imagens em tempo real para o médico, que avalia as condições da parede do intestino grosso e do reto. O procedimento é realizado sob sedação, na presença de um anestesiologista, o que o torna indolor, mesmo com a necessidade técnica de injetar ar para melhorar a visualização.

Apesar de ser a abordagem para o rastreamento mais eficaz e também o mais recomendado por estudos médicos para o diagnóstico de câncer, muitos pacientes ainda têm dúvidas sobre o procedimento. Segundo o endoscopista, é realizada uma consulta prévia, para explicar as orientações e necessidades pré e pós-exame e para que o paciente possa fazer as suas perguntas sobre os procedimentos de analgesia e sedação. “Esse é um momento importante, pois o paciente informa sobre as medicações diárias, alergias e o motivo do exame. Além disso, instruímos sobre o jejum e a suspensão ou não de medicações, como alguns anticoagulantes e a insulina”, orienta o médico. 

Por se tratar de um procedimento realizado sob sedação, o exame precisa de condições necessárias para monitorização e controle do paciente, bem como atuação da equipe em casos de intercorrências. Durante o exame, que dura de 20 a 40 minutos, o médico atenta-se não só para eventuais queixas que o paciente apresenta, mas para outros achados e lesões, por muitas vezes silenciosos e que podem determinar o diagnóstico precoce de câncer. “A colonoscopia permite além de identificar, tratar endoscopicamente a maioria das lesões e pólipos encontrados, com envio posterior para análise, e, nos casos de neoplasias precoces, evitando a necessidade de tratamentos complementares, como cirurgias mais invasivas ou rádio e quimioterapia”, ressalta o endoscopista.

Como qualquer ação médica, o exame de colonoscopia também possui riscos que são minimizados por rotinas e protocolos de segurança. “O risco mais temido e conhecido seria de perfuração do órgão. Se protocolos de segurança, que incluem rotinas de identificação, avaliação prévia, indicadores de resultados, equipe treinada, manutenção adequada dos equipamentos, entre outros, forem seguidos, os riscos diminuem ainda mais”, desmistifica o especialista.

De acordo com o médico, a partir dos 45 anos toda a população deveria fazer o exame de forma preventiva, mesmo quando não apresenta sintomas gastrointestinais. Já para aqueles que têm casos de câncer de cólon em parentes próximos, é analisada a idade que o familiar teve o diagnóstico. “Por exemplo, se o diagnóstico do paciente foi aos 45 anos de idade, é recomendado aos familiares iniciarem os exames de rastreamento dez anos antes desta idade de referência”, finaliza Tullio.

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