Câmara aprova, em 1ª votação, pedido da Prefeitura para fazer empréstimo de até R$ 80 milhões

Dívida deve ser contraída com a fim de se aplicar em obras de recapeamento, pavimentação e drenagem   Para Mayr e Amaral falta

Por Bruno Marques

Durou quase cinco horas a sessão ordinária da Câmara da noite da última terça-feira, dia 16, em que foi votado projeto de extrema importância para os próximos rumos da cidade. Por 12 votos favoráveis (Alécio Cau, Alexandre Japa, César Rocha, Edinho Garcia, Gabriel Bueno, Fábio Damasceno, Henrique Conti, Marcelo Yoshida, Simone Bellini, Thiago Samasso, Tunico e Veiga) sobre 4 votos contrários (André Amaral, Franklin, Mayr e Mônica Morandi), o Legislativo valinhense aprovou, em primeira votação, o projeto de lei da prefeita Lucimara Godoy (PSD) que autoriza o município a contratar empréstimo no valor de até R$ 80 milhões para obras na infraestrutura viária e de drenagem de águas pluviais.

Com a operação de crédito, a chefe do Executivo espera fazer o recapeamento asfáltico de diversas vias do município, como as avenidas dos Esportes, Independência, Invernada e ruas de diferentes bairros. Também estão sendo planejadas obras para minimizar inundações e enchentes.

Segundo o líder de governo na Câmara, César Rocha (União), o dinheiro vai sendo liberado pela agência Desenvolve SP aos poucos, de acordo com a apresentação de projetos de obras: “O munícipe não aguenta esperar mais. Não aguenta ver o asfalto todo esfarelado. O dinheiro é liberado por etapas, e nós nem sabemos se a prefeita conseguirá pegar os 80. Estamos autorizando”.

Fábio Damasceno (Republicanos) acredita que o valor não irá comprometer o orçamento da cidade. “Não vai endividar a cidade. Se fosse, eu seria o primeiro a votar contra. Se quiser investir, tem que pagar o preço. Outros municípios aderiram a esse programa Desenvolve SP e já entraram com projeto”, afirmou.

Tunico (União) destacou que o empréstimo vai ajudar a renovar a malha viária de Valinhos. “É muito velha a nossa malha viária. Quem governou Valinhos 25, 30 anos atrás não teve problema de tapa-buraco. Eram menos veículos na cidade, asfalto novo. Os problemas vão aumentando. Hoje há essa necessidade”, discursou.

Pega 80 e paga 170?

Voto contrário, Franklin (PSDB) disse que emprestar dinheiro não seria o melhor caminho, e sim o aumento da arrecadação. “Quando tem inauguração de empresa, tem abertura de postos de trabalho, aumento da arrecadação. Esse é o caminho para Valinhos. O dinheiro emprestado é um dinheiro caro. Não sou contra o objeto [recapeamento e obras de drenagem], até porque entendo que isso já deveria ter sido feito nesses dois anos e meio com o dinheiro que tem em caixa, que é de R$ 350 milhões”, afirmou.

Mayr (Podemos) argumentou que Valinhos já foi, até recentemente, uma das cidades mais endividadas do Brasil. “De 1992 a 2019 o endividamento do município atrapalhou muito o nosso desenvolvimento. Valinhos ficou estagnado. Temos trauma deste sofrimento dos últimos 30 anos. A cidade vai pegar R$ 80 milhões emprestado, mas vai pagar, no total, R$ 170 milhões com os juros. O Executivo tem que se capacitar melhor”, criticou.

André Amaral (PSD) salientou que, segundo ele, as últimas obras de recapeamento realizadas apresentaram problemas em menos de um mês e exigiu garantia dos serviços. “Falta projeto. Não tem transparência e assim então não sei se isso não vai ocorrer a contento”, concluiu.

A proposta de empréstimo segue para votação final na sessão do dia 23.

“O cemitério está morrendo!”

Fábio Damasceno (Republicanos) falou sobre ação social que realizou no Centro a respeito do Maio Laranja (mês de campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual infantil no Brasil). Henrique Conti (PTB) se mostrou entusiasmado com a reinauguração da Casa do Agricultor no Reforma Agrária como apoio à comunidade local.

Edinho Garcia (PTB) teceu críticas à Prefeitura: “Há um contrato de quase R$ 6 milhões de locação de máquinas para fazer limpeza nas ruas, mas a empresa está jogando terra em vias públicas. Então, o que é pior? O contratado fazer isso ou a Prefeitura pagar por isso?”. O vereador também mostrou preocupação com a manutenção e espaço disponível na necrópole municipal: “O cemitério está morrendo!”

André Amaral (PSD) pediu serviços de zeladoria no Parque Portugal, além de mais segurança nas Chácaras São Bento. Marcelo Yoshida (PT) falou sobre sua visita, em São Paulo, em eventos de reforma agrária e produção agroecológica e parabenizou a realização da Tenda do Rock na Praça Washington Luís, no último sábado.

“Ninguém é obrigado a viver com este descaso”

Mayr (Podemos) solicitou manutenções em calçadas: “há declives que prejudicam e, na região central, pedras que se soltam trazem risco”. Ele também cobrou a instalação de placas de denominação: “tem quatro da minha autoria que ainda não foram colocadas. É um constrangimento às famílias”. Por fim, representou pedido de usuários de cancha de Bocha no Bom Retiro II, para reforma no local.

Tunico (União) reiterou indicação de corte de mato no Parque das Colinas, disse que está há três meses aguardando o serviço, indicou também poda de árvore, e desabafou: “ninguém é obrigado a viver com este descaso”.

“Ninguém é obrigado a viver com este descaso”

– sobre situação de buracos e mato alto em Valinhos

Vereador Tunico (União)

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