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Setembro Amarelo: conscientização, apoio e compreensão na prevenção do suicídio

Psicóloga Daniele participa da luta contra transtornos psicológicos

Um tema pouco abordado, que gera dúvidas em muitas pessoas

Luanna Dias

O mês de setembro é símbolo de muitas causas, uma delas é o Setembro Amarelo, uma campanha dedicada à conscientização sobre a prevenção do suicídio. Um tema pouco abordado, que gera dúvidas em muitas pessoas, porém, muito importante, e deve ser discutido abertamente.

A psicóloga Daniele Januário, de 37 anos, instagram: @psi.djanuario, fala sobre saúde mental em suas consultas e redes sociais. Ela explica a importância dessa causa e desmistifica ideias equivocadas sobre esse tema, que podem ser prejudiciais para os que sofrem dessa doença silenciosa, a depressão. “É importante entender que suicídio não se trata de acabar com a própria vida, mas sim de querer se livrar um sofrimento insuportável. A pessoa está tão sobrecarregada por uma dor tão intensa que acaba vendo no suicídio como sua única saída”, relatou.

Essa desinformação, além de ser prejudicial para quem a dissipa, é também para quem a escuta. O conhecimento é aliado para desconstruir o estigma sobre a saúde mental. Segundo a psicóloga: “Falas comuns como ‘as pessoas que ameaçam se matar o fazem apenas para chamar a atenção’, ou, ‘falar sobre suicídio pode aumentar tendências suicidas’, contribuem para o tabu relacionado ao tema que têm sido historicamente repetidos”.

Uma pessoa com informações corretas pode ser capaz de reconhecer sinais de alerta e situações de risco em alguém que precisa de assistência. Por exemplo, quando alguém expressa falas como: “não aguento mais viver assim”, ou passa por situações de estresse, como a perda de um ente querido ou separação conjugal, pode estar enfrentando pensamentos suicidas. Se alguém demonstrar esses sinais, é importante que alguém esteja disposto a ouvi-lo sem julgamento, oferecer ajuda e sugerir que busquem apoio profissional.

O acompanhamento psicológico deve ser constante, principalmente com pessoas em situação vulnerável. Sofrer violência com frequência aumenta o risco do suicídio e de doenças mentais. Fatores como a rejeição e o preconceito, contribuem para o aumento desse risco. “A saúde mental deve fazer parte da agenda de luta da Psicologia e de toda sociedade em prol das populações vulneráveis” afirmou Daniele.

O profissional deve ser capaz de fazer um recorte da situação de vida do paciente e entender qual é a causa de seus problemas, para que se sinta compreendido, evitando medidas extremas. “O Conselho Federal de Psicologia acredita que os psicólogos devem fazer mais do que apenas ajudar pessoas individualmente para prevenir o suicídio. Eles também devem entender as condições de vida que podem causar muito sofrimento. O papel da Psicologia é acolher e ressignificar os sofrimentos, entendendo como ele é influenciado pela sociedade, cultura, e trabalhando em conjunto com outras áreas de conhecimento” explicou a psicóloga.

Para aqueles que possuem pensamentos suicidas e estão em situação de emergência, são oferecidos serviços de saúde que podem ajudar nesses casos e podem ser acionados. Alguns deles são: CAPS, Unidades Básicas de Saúde (como Saúde da Família, Postos de Saúde e Centros de Saúde), UPA 24H, SAMU 192 ou Pronto-Socorro em hospitais. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece assistência por telefone, através do número 188 (ligação gratuita), ou pelo site www.cvv.org.br.

O Setembro Amarelo é um lembrete de que a prevenção do suicídio começa com a conscientização, o apoio e a compreensão. Ações de prevenção em espaços como escola, empresa e grupos de troca de vivências são essenciais, para que as pessoas sejam capazes de identificar e manejar situações. “O debate sobre essas questões devem ocorrer durante o ano todo, e não apenas em meses temáticos. Se você está enfrentando desafios emocionais, não hesite em buscar ajuda profissional e apoio de amigos e familiares, não só no Setembro Amarelo, mas sempre. Você nunca está sozinho”, finalizou a psicóloga.

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