Olá, legentes!
Como não teremos segundo turno por aqui e nas últimas semanas falamos bastante sobre política, vamos aproveitar para conversar sobre um tema mais “ameno”: mudanças climáticas.
Sou de uma época que a previsão do tempo era “vai chover à tarde, se não fizer sol”, ou coisa parecida.
Começa que a previsão era feita por institutos controlados pelo governo que privilegiavam informações aos produtores rurais, ou à aeronáutica — que não fornecia os dados por motivos de segurança nacional. O cidadão comum, aquele que saía de casa às 4:00h da matina, pegava três conduções para chegar ao trabalho e mais três para voltar, ficava à mercê de São Pedro, que nem sempre dava claros sinais de seu humor.
Lembro-me bem, desde muito pequeno, de ouvir pelo rádio e depois na TV, em preto e branco, Narciso Vernizzi, “O homem do tempo!”, em suas transmissões pouco esclarecedoras, mas que eram voltadas a todos: “…ainda névoa úmida, ainda infiltração, depois tudo ficará bem, melhor com o sol, o calor… e à tarde possibilidades de instabilidade em pontos isolados…” — ou seja, dizia tudo, mas não dizia nada e todo mundo ficava satisfeito.
Previsão boa mesmo foi a do beato Antônio Conselheiro que profetizou: “o sertão vai virar mar”, e tornou-se canção, “Sobradinho”, de Sá, Rodrix e Guarabyra —E passo a passo/ Vai cumprindo a profecia/ Do beato que dizia/ Que o sertão ia alagar/ O sertão vai virar mar/ Dá no coração/ O medo que algum dia/ O mar também vire sertão”.
Sempre pensei que a profecia dizia respeito a todo nordeste, à transposição do Velho Chico e toda açudagem de lá, mas era maior que isso. Não esperava que veria o Saara alagado. Viram?! E o mar aquecido, podendo virar sertão? Amazônia em chamas, Pantanal em caos, Pampa inundado, Mata Atlântica sumindo, Caatinga degradando.
Se não bastasse, aquele ex-presidente da orelha atingida disse que o atual está controlando os furacões com alguma tecnologia nunca vista. Mais fácil inventar mentiras do que enfrentar as verdades.
E quem vai nesse ritmo parece ser o tal governador de nosso estado que vetou o projeto de lei que prevê educação climática nas escolas de SP — mas eu disse que não falaria sobre política.