Tragédia em Vancouver reacende debate sobre atropelamentos em massa na Europa, impulsionados por extremismo, transtornos mentais e facilidade de execução


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A tragédia em Vancouver, onde um carro invadiu um festival de rua e matou 11 pessoas, trouxe à tona novamente o uso de veículos como armas em ataques na Europa. Este tipo de ataque, que ocorre frequentemente com motivações extremistas ou ligadas a transtornos mentais, tem se intensificado nos últimos anos.
Na Alemanha, dois incidentes recentes reacenderam o alerta. Em fevereiro de 2025, um afegão de 24 anos matou duas pessoas e feriu 39 em Munique, aparentemente motivado por extremismo islâmico. Em dezembro de 2024, um médico saudita, ex-muçulmano e simpatizante da extrema-direita, invadiu um mercado de Natal em Magdeburg, deixando ao menos cinco mortos e mais de 200 feridos.
Ataques semelhantes têm ocorrido desde 2016. Em julho daquele ano, um tunisiano matou 86 pessoas em Nice ao avançar com um caminhão sobre a multidão durante o feriado da Bastilha. Na Alemanha, em dezembro, um tunisiano rejeitado como requerente de asilo atropelou e matou 13 pessoas em Berlim.
No Reino Unido, em 2017, ataques nas pontes de Westminster e Londres, além de um ataque em Finsbury Park, deixaram dezenas de mortos e feridos. Na Espanha, 14 pessoas perderam a vida após um atentado em Las Ramblas, Barcelona, reivindicado pelo Estado Islâmico.
Embora muitos desses ataques sejam atribuídos ao terrorismo, alguns foram motivados por transtornos mentais, como no caso de um cidadão alemão-armênio em Berlim, em 2022.
De acordo com especialistas, a simplicidade desse tipo de ataque — que não exige treinamento ou habilidades especiais — e o baixo risco de detecção tornam a tática especialmente perigosa. Como resposta, várias cidades europeias começaram a adotar medidas preventivas, como a instalação de barreiras de concreto em áreas públicas, na tentativa de conter novos atropelamentos em massa.