EUA impõem tarifa de 17% sobre tomates do México após rompimento de acordo antidumping

Medida pode gerar impacto bilionário no comércio agrícola e acirra tensão entre os países; governo mexicano promete apoio aos produtores

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (14) a retirada de um acordo firmado com o México em 2019 que suspendia uma investigação antidumping sobre tomates frescos importados do país vizinho. A decisão implica a imposição imediata de tarifas de 17% sobre a maior parte das importações mexicanas da fruta.

Segundo o governo norte-americano, os tomates mexicanos estavam sendo vendidos nos EUA a “preços injustos”, prática que, conforme a justificativa oficial, prejudicava severamente os agricultores locais. “Por muito tempo, nossos produtores foram esmagados por práticas comerciais desleais que reduzem os preços de produtos como o tomate”, declarou o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

Trump ameaça tarifa adicional de 30%

A crise se agravou ainda mais após o ex-presidente Donald Trump, que se prepara para nova campanha eleitoral, ameaçar impor uma tarifa adicional de 30% sobre todas as importações do México a partir de 1º de agosto. A ameaça foi feita no sábado (12), após semanas de negociações fracassadas entre os dois países em busca de um novo acordo comercial.

México reage: “Medida injusta e política”

O governo mexicano, por meio dos ministérios da Agricultura e da Economia, classificou a medida como “injusta” e politicamente motivada. Em nota conjunta, os órgãos afirmaram que irão auxiliar os produtores locais a negociar com os EUA para tentar suspender as novas tarifas. Também prometem apoio para que o setor explore novos mercados.

“O impacto não será apenas sobre os produtores mexicanos, mas também sobre a cadeia de suprimentos norte-americana, que depende fortemente da importação de tomate do México”, alertaram as autoridades mexicanas.

Impacto bilionário

Em 2024, o México exportou US$ 3,3 bilhões em tomates, sendo a maior parte destinada aos Estados Unidos. O acordo que agora foi rompido estava em vigor desde 1996 e era renovado periodicamente para evitar disputas comerciais e garantir estabilidade no mercado.

Especialistas alertam que a nova tarifa pode gerar impactos diretos nos preços para o consumidor norte-americano e abalar a já tensa relação comercial entre os países. Os efeitos também podem repercutir no Brasil, uma vez que o realinhamento de mercados pode influenciar a competitividade do setor agrícola latino-americano como um todo.

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