Junho Vermelho: tive COVID-19 posso doar sangue?

Nesta segunda, 13 de junho, às 19h, uma live com a hematologista Jamille Cunha e com o oncologista André Sasse vai abordar alguns tabus da doação de sangue

Menos de 2% da população brasileira é doadora de sangue, segundo o Ministério da Saúde, o que não é suficiente para manter as demandas dos hemocentros do país. Uma das principais explicações da baixa adesão é o medo e o desconhecimento sobre a doação. “Muita gente só pensa em doar quando alguém próximo precisa. A maioria desconhece o processo da doação e ainda, há alguns tabus que impedem que o ato seja realizado com frequência. Uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas. É um gesto voluntário e altruísta”, afirma a hematologista Lorena Bedotti, do Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia.

Para ajudar a esclarecer dúvidas e desvendar tabus sobre doação de sangue, no dia 13 de junho, às 19 horas, o Grupo SOnHe realiza uma live no Instagram @gruposonhe do oncologista André Sasse, CEO do grupo e da hematologita Jamille Cunha.  “Será um bate-papo bem descontraído com muita informação para incentivar a doação. Participem! Todo auxílio é válido para continuar a permitir que este ato de solidariedade continue a salvar vidas por todo o mundo”, convida Jamille.

Confira algumas questões que serão abordadas durante a live que a Dra Jamille já respondeu:

Tive covid, posso doar?

Sim. Dez dias após a completa recuperação da doença é possível se candidatar à doação. Uma semana após recuperação de resfriados comuns já é possível realizar a doação. No caso de outras doenças bacterianas com uso de antibióticos, é recomendado esperar duas semanas após término de tratamento para prosseguir com a doação. Já para Dengue recomenda-se esperar um mês. Se o doador apresentou infecção prévia por HIV, hepatite C ou B e doença de chagas, a inaptidão para doação é definitiva.

Devo ser remunerado pela doação de sangue?

No Brasil, conforme estabelecido em lei, a doação de sangue deve ser voluntária, anônima e altruísta, não devendo o doador, de forma direta ou indireta, receber qualquer remuneração ou benefício em virtude da sua realização.

Doar sangue é seguro? Se doar meu sangue terei o suficiente?

A doação de sangue é um procedimento extremamente seguro, que costuma acarretar pouco ou nenhum risco para a população em geral. A coleta é feita por profissionais especializados e todo o material utilizado é estéril, descartável e de uso individual. Além disso, o voluntário passa por uma avaliação clínica antes de doar, momento em que são avaliadas suas condições físicas para o procedimento. Nosso organismo repõe todo o volume de sangue doado nas primeiras 24 horas após a doação, não causando sintomas ou prejuízo ao doador.

Menor de idade pode doar?

No Brasil, a lei permite doação a partir dos 16 anos de idade, sendo que para aqueles que ainda não completaram 18 é necessária aprovação por escrito de um responsável legal. É necessário também ter peso mínimo de 50 kg (a quantidade de sangue doada é padronizada, o que pode não ser tolerado caso o doador tenha baixo peso). A doação é permitida até os 69 anos (desde que o voluntário tenha doado pela primeira vez antes dos 60 anos). O intervalo entre as doações de sangue atualmente recomendado é de 90 dias para mulheres e 60 dias para homens.

Tive câncer, posso doar?

Infelizmente, pela legislação brasileira atual, não. Os únicos tipos de tumores que não contraindicam a doação são o carcinoma basocelular (um tipo de tumor de pele) e carcinoma de colo uterino in situ. Tal proibição deve-se ao risco teórico de que células cancerígenas do doador possam ser transmitidas pelo sangue e se implantem no receptor. Tal proibição é alvo de debates frequente, pois, até o momento, não há comprovações científicas contundentes, porém, ainda se mantém.

Mulheres amamentando podem doar?

Mulheres que estão amamentando só podem doar se o parto tiver ocorrido há mais de 12 meses. Em mulheres que não estão amamentando a doação pode ser feita três meses após o parto (ou aborto). Não é possível doar sangue durante a gravidez para evitar problemas à gestante e ao bebê.

Devo estar em jejum para doar sangue? Posso ter bebido álcool?

A recomendação do Ministério da Saúde é a oposta: o doador de sangue não deve estar em jejum, apenas é recomendado que se evite refeições gordurosas antes da doação. O Ministério da Saúde exige que doadores não tenham feito uso de bebida alcoólica por pelo menos 12 horas antes da doação. Alcoolismo crônico é inaptidão definitiva para doação.

Homossexuais podem doar?

Sim! Após a RDC 399/2020, independente da orientação sexual, candidatos com parceiro (a) sexual fixo, sem relações ocasionais com terceiros, há pelo menos 12 meses, podem doar.

Tenho hipertensão, posso doar?

Candidatos em boas condições de saúde, com algumas doenças como hipertensão, dislipidemia, hipotiroidismo, entre outras; desde que controladas, podem doar. Doenças que impedem a doação: diabetes insulino-dependente, doença cardíaca importante, asma grave, enfisema grave, embolia pulmonar, anafilaxia prévia, AVC prévio, cirrose hepática, doença renal crônica e outras doenças graves

E quem tem tatuagem ou piercing, pode doar?

Seis meses após a realização da tatuagem ou colocação de piercing é possível se candidatar à doação (12 meses se não houver condição de avaliação da segurança do procedimento realizado). No entanto, se piercing em região oral ou genital, o voluntário não poderá doar enquanto estiver com piercing. Quando retirá-lo, terá de esperar 12 meses para voltar a doar sangue (devido ao risco de infecção permanente).

*Lorena Bedotti é médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp), universidade na qual também obteve seu treinamento em Clínica Médica. Realizou especialização em Hematologia e Hemoterapia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Transplante de Medula Óssea, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP-RP). Tem título de especialista em Hemoterapia e Hematologia e título de especialista em Transplante de Medula Óssea conferidos pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH). Atuou de 2018 a 2021, como médica assistente na unidade de transplante de medula óssea no Hospital de Amor de Barretos. Atualmente, é médica assistente do transplante de medula óssea no Hemocentro e no Hospital de Clínicas da Unicamp. Tem experiência em oncohematologia, com foco na área de transplante de medula óssea. Desde 2021 faz parte do Grupo SOnHe atuando como  hematalogista.

*Jamille Cunha é médica formada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) com residência de Clínica Médica pelo MEC no Hospital Ipiranga em São Paulo e residência de Hematologia e Hemoterapia na EPM/Unifesp. Na hematologia, possui aprimoramento em citometria de fluxo em doenças hematológicas e oncohematologicas pela escola de ensino e pesquisa USP-SP. Foi médica assistente do instituto do câncer de São Paulo – ICESP. Atualmente, em andamento com mestrado pelo departamento de oncologia clínica UNIFESP/EPM com foco no estudo em doenças mieloproliferativas crônicas. Desde 2022 faz parte do Grupo SOnHe atuando como  hematalogista.

Serviço:

Live Doação de Sangue

Data e horário: 13 de junho às19 horas

Local: @gruposonhe

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