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Aos pais, no plural

Pai é quem cria, quem origina a cria? Pai de família, pai de santo, pai divino, pai da aviação, pai da criança, pai de todos? Papai Noel, “pai-drasto”, “pai-trocínio”, enfim, pais estão, inexoravelmente, como centro do universo. E da própria longa trajetória.

A vida humana é inconcebível sem um pai. Logo, ela não existe sem um homem. A criação é desenvolvida na mulher, que dá à luz. Mas é o homem que a insemina e que a origina. Ou seja, está no cerne da existência masculina ser o genitor, com o poder e a responsabilidade de criar. Mas, o próprio homem tem maneiras diferentes de lidar, perpetuar e cultuar o seu próprio legado na humanidade.

Então, nada mais certo do que começar pela ciência que estuda os organismos vivos e sua origem, a biologia. Assim, do ponto de vista biológico, e do latim pater, um pai é um macho que se dispôs a uma função paternal, pai é aquele que fecunda o óvulo feminino e possibilita a gestação de uma criança.

Na sociedade, um pai tem a função de amar e educar uma criança, dando resposta às suas necessidades mais básicas, para que ocorra o seu saudável desenvolvimento quanto ao aspecto físico, emocional e espiritual. E, falando em espírito, no antigo Testamento, Deus Pai é o foco, e a pessoa mais importante da Santíssima Trindade.

Sigmund Freud, que falando em pai, é considerado o pai da Psicanálise, explica que o que move o sujeito a procurar a religião é o sentimento de desamparo na infância, inerente a todo ser humano. Para ele, a relação paterna baseia-se na dependência dos filhos ao pai, que lhe garante a segurança, mas cobra disciplina em troca.

Jacques Lacan aponta para a pluralização do Nome-do-Pai, o que permite que uma multiplicidade de significados. Estes, buscam libertar o pai mortal do dogma que o estigma ao pai eterno. Em referência ao pai celestial como modelo moral, os pais terrestres vivem em angústia por serem humanos, falíveis e finitos.

Como se pode ver, o conceito de pai é bastante amplo, e não se restringe a uma pessoa que é o pai biológico de alguém. Um pai adotivo ou um pai de criação, apesar de não ter gerado o seu filho, não deixa de ser pai.

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