Bailarina condenada por doação à Ucrânia é libertada pela Rússia em troca de prisioneiros com os EUA

Condenada por alta traição após doar R$ 300 a ONG pró-Ucrânia, bailarina russo-americana é solta em negociação entre Rússia e EUA

 Foto: Divulgação do Tribunal de Sverdlovsk 
 

A Rússia libertou a bailarina russo-americana Ksenia Karelina, de 34 anos, nesta última quinta-feira (10), como parte de uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos. Condenada a 12 anos de prisão por alta traição, ela havia sido acusada de doar US$ 51,80 (cerca de R$ 300) a uma ONG norte-americana que presta assistência à Ucrânia. A troca ocorreu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Em contrapartida, Moscou recebeu Artur Petrov, russo-alemão acusado nos EUA de envolvimento em contrabando e lavagem de dinheiro ligados à indústria militar russa.

Karelina foi presa em fevereiro de 2024 em Ecaterimburgo, enquanto visitava parentes. Natural da Rússia e cidadã americana desde 2021, morava em Los Angeles. Inicialmente detida por desacato, teve seu telefone inspecionado por agentes do FSB, que afirmaram ter identificado a doação à ONG Razom, fundada por ucranianos nos EUA para apoiar civis afetados pela guerra. Em agosto, ela se declarou culpada e foi sentenciada por um tribunal regional, poucos dias após a sanção de um decreto presidencial que endureceu as penas por traição no país.

O caso ganhou repercussão internacional e aconteceu em meio a uma série de trocas de prisioneiros entre Moscou e o Ocidente. Recentemente, a Rússia libertou outros cidadãos americanos detidos por porte de cannabis e crimes menores, enquanto os EUA entregaram russos acusados de crimes financeiros e cibernéticos. Segundo entidades de direitos humanos, cerca de 20 americanos ou cidadãos com dupla nacionalidade seguem presos em território russo. A estratégia de trocas tem sido usada como instrumento diplomático e alvo de críticas por suposta instrumentalização de prisioneiros como moeda de negociação.

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