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Bruno Marques lança nova coletânea de poemas em formato de e-book

Autor premiado pela Academia Valinhense de Letras e Artes conta mais sobre o processo de criação do novo projeto

Por Gabriel Previtale

Mais conhecido como Buli, Bruno Marques, é escritor, baterista e jornalista no Jornal Terceira Visão e lança o ultimo trabalho da sua trilogia de poemas, o “Poemia lll”, em formato de e-book. Durante a entrevista, o autor, premiado pela Academia Valinhense de Letras e Artes, fala mais sobre o processo de criação e da inspiração por trás do seu novo projeto. Interessados em adquirir o livro, podem entrar em contato pelo WhatsApp 19984209940.

Poemia lll é a terceira coletânea de poemas que você lança, o que te inspirou a escrever este novo trabalho?

A inspiração veio da proposta iniciada em 2021, com a publicação do primeiro volume dessa trilogia temática. A ideia é compilar poemas que fiz sem temas específicos associados a alguma foto tirada no cotidiano, somados a um curto apêndice e um glossário crítico e humorado. Esses dois últimos aspectos foram inspirados nos encartes dos álbuns do Falcão.

O livro conta com 23 poemas, incluindo um glossário crítico e humorado

Como foi o processo de criação dos poemas incluídos neste livro? E porque em e-book?

Foi tranquilo, pois a obra é uma compilação de poemas ou letras de músicas, textos feitos em diferentes épocas. Praticamente só compilei, editei e fiz os apêndices e glossários, além de associar com fotos que tiro no dia a dia.

O formato é, mais uma vez em e-book, por questões de custo. Não tenho gráfica, capital, nem apoio para sair impresso. Mas acho que a arte não pode se prender a formatos e, dessa forma, o processo de produção e venda mantém a independência e autonomia da obra.

Este é o seu sexto livro. Como você vê sua evolução como escritor desde o primeiro até agora?

Gradual. Valorizo a espontaneidade do conteúdo das ideias mais do que a forma ou padrões nas quais elas são expressas. É claro que, pela prática da escrita quanto mais frequente possível, o resultado é que se fica mais à vontade de se expressar, contribuindo para um fluir mais ‘digestivo’, o que, talvez, pode ser constatado na leitura de Poemia.

Dentre os textos agrupados neste novo lançamento, tem algum poema que você tem mais apreço? Do que ele fala?

Nenhum específico. Estes foram selecionados porque abordam temas ou ficaram com determinada expressão que achei que poderiam proporcionar alguma reflexão.

Dos 23 textos, 9 viraram letras de músicas compostas pelo vocalista e guitarrista Ricardo Laurino e foram lançadas em álbuns da banda Os Valetes.

Há também Elefante, que recebeu o prêmio de menção honrosa em concurso literário realizado pela Academia Valinhense de Letras e Artes no início do ano.

O que você espera passar ou provocar ao leitor que vai entrar em contato com esse trabalho?

Estímulo à leitura, literatura, cultura, informação, reflexão, mobilização e, não menos importante, um incentivo à produção independente. Muita gente pode ter histórias interessantes pra contar que, sob determinadas perspectivas, podem se tornar uma obra a ser compartilhada com a sociedade, partilhando visões de mundo e possibilitando uma integração de identificações e ideias.

Quais temas ou estilos têm se tornado mais presentes em seu trabalho ao longo dos anos? Você sente sua escrita mais densa? Provocativa? Debochada?

Os temas mais presentes nos últimos tempos são sobre sentimentos melancólicos e depressivos, com relação a dores, perdas, angústia e o reflexo da morte sobre o abandono, desamparo e desamor. Esse entristecimento prolongado culminou, literariamente, no ebook Brinde aos Malditos – 30 textos góticos quase fulminantes, lançado no fim do ano passado.

Essa obra, a quinta da minha trajetória como escritor, foi influenciada por bandas como Misfits, Cradle of Filth, Children of Bodom e, claro, pelo mestre desse gênero de literatura, Edgar Allan Poe. Por sua vez, o título e a temática são referências aos poetas ultrarromânticos.

Como a depressão ainda rende linhas retorcidas pela dor infindável, já estou produzindo a sequência Brinde aos Malditos II – A ressaca do amanhã, mas não como futura nova trilogia, e sim para epitáfio nos próximos meses.

Sim, você acertou precisamente nas definições: densa, provocativa e debochada. É consequência das porradas da vida, mas também do processo de envelhecimento, talvez. “Torna-te quem tu és”, resumiu Nietzsche.

Como o seu trabalho como jornalista impacta sua escrita literária?

Impacta diretamente tanto na condição financeira, sendo o principal dos meios de vida que tenho através da profissão exercida há mais de 15 anos, e também na visão para a sociedade que, pelo cotidiano do ofício, exige um olhar constante para a sociedade e preocupação pelo o que é público.

Através da atuação como jornalista, posso manter minha subsistência bastante humilde, mas independente, e também a veia literária, onde é possível escrever o que não cabe no jornalismo.

Por isso sou grato ao Jornal Terceira Visão tanto pela oportunidade de exercer a profissão, quanto pela confiança e autonomia oferecida, e também pela generosidade deste me conceder o privilégio deste espaço e atenção. Obrigado.

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