“‘Ainda Estou Aqui’ faz história ao se tornar o primeiro filme brasileiro a conquistar o Oscar de Melhor Filme Internacional, destacando-se no cenário global
O cinema brasileiro conquistou um feito histórico com a vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025. Dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, o longa foi eleito o Melhor Filme Internacional, tornando-se o primeiro representante do Brasil a levar a estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
A produção superou concorrentes de peso, como “Flow”, da Letônia, “A Garota da Agulha”, da Dinamarca, e “A Semente do Fruto Sagrado”, da Alemanha. Também se destacou frente a “Emilia Pérez”, filme franco-mexicano que dominava as indicações, mas viu suas chances desmoronarem devido a polêmicas envolvendo o diretor Jacques Audiard e a protagonista Karla Sofia Gascón.
A trajetória de “Ainda Estou Aqui” rumo ao Oscar foi marcada por uma campanha intensa, impulsionada pela Sony Pictures Classics. Um dos momentos mais decisivos ocorreu no Globo de Ouro, quando Fernanda Torres venceu como Melhor Atriz em Filme Dramático, superando nomes consagrados como Angelina Jolie, Tilda Swinton e Kate Winslet. A conquista garantiu à atriz um protagonismo crescente na mídia internacional, com aparições em programas populares como o talk show de Jimmy Kimmel e o matinal Good Morning America.
O filme estreou nos Estados Unidos pouco antes do encerramento das votações, conquistando o público e arrecadando mais de US$ 27 milhões no país. Além do Oscar e do Globo de Ouro, a produção acumulou prêmios importantes, incluindo o Goya de Melhor Filme Íbero-Americano, o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza para Murilo Hauser e Heitor Lorega, e o Satellite Award de Melhor Atriz para Fernanda Torres.
Essa vitória marca um novo capítulo na história do Brasil no Oscar. Embora outras produções nacionais tenham sido indicadas, nenhuma havia conquistado a estatueta. Em 1999, “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles, chegou perto ao disputar as categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, mas perdeu para “A Vida é Bela” e Gwyneth Paltrow, respectivamente. Já em 1960, “Orfeu Negro” venceu como Melhor Filme Estrangeiro, mas representando a França.
Com essa conquista inédita, “Ainda Estou Aqui” coloca o cinema brasileiro no centro das atenções e reforça a importância da produção cinematográfica nacional no cenário mundial.