O Sleeve, também conhecido como gastrectomia vertical, é uma das técnicas de cirurgia bariátrica mais utilizadas no Brasil e no mundo. É uma técnica restritiva para tratamento da obesidade, ou seja, o paciente vai restringir a quantidade de alimento ingerida por causa do tamanho do seu estômago após o procedimento.
Nessa técnica, a grande curvatura do estômago, que também atinge o fundo gástrico, é retirada do paciente. O estômago que fica, no formato de um tubo, passa a ter a capacidade de cerca de 80 ml, contra quase um litro antes da cirurgia.
O procedimento é feito em centro cirúrgico com anestesia geral. Na maioria dos casos, conseguimos realizá-lo por videolaparoscopia, que são aqueles furinhos na barriga, sem necessidade de um corte no abdome. Nós cortamos parte do estômago e retiramos do corpo do paciente. A parte que fica é grampeada para que possa ser feita a cicatrização.
Nesta técnica, não mexemos no intestino, portanto, a absorção de alguns nutrientes continua sendo normal. No entanto, o paciente também terá de fazer reposição de vitaminas por toda a vida. Essa técnica permite a avaliação endoscópica do todo o estômago e do trato digestivo alto, mesmo após a cirurgia.
As indicações para a cirurgia bariátrica, independentemente da técnica, seguem padrões internacionais. O paciente ter IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40 Kg/m2 ou IMC maior que 35, desde que possua doenças associadas à obesidade, e ter tentado emagrecer por mais de dois anos sem sucesso.
As principais contraindicações para o sleeve são: pacientes com doença do refluxo gastroesofágico, porque essa é uma técnica que tende a piorar o problema; pacientes com diabetes tipo 2, porque a mudança metabólica, que ajuda a controlar o diabetes, é menor que no bypass; pacientes com perfil beliscador e que gostam muito de doce, porque isso pode afetar a perda e a manutenção do peso.
A perda de peso com o sleeve é um pouco menor, em relação ao método bypass, e os índices de recidiva da obesidade, um pouco maiores. Não são números significativos, mas é preciso considerar de acordo com o perfil de cada paciente. Esta também é uma técnica irreversível, já que retiramos a parte do estômago que não será mais utilizada.
A recuperação costuma ser bem tranquila e o paciente tem alta já no dia seguinte. Ele é submetido a uma dieta líquida nos primeiros dias, depois a uma dieta pastosa e, depois, a uma dieta branda. Por volta de um mês após a cirurgia, ele já poderá comer quase tudo, mas em uma quantidade menor. Em 15 dias, já volta a trabalhar, a não ser em casos em que ele o trabalho exija que ele carregue muito peso.