Por toda a minha carreira, mais de duas décadas, estive em ambientes identificados com os homens e predominantemente masculinos. Fui a primeira mulher a comandar o tático da Polícia Militar, foi bombeiro e, agora, a primeira mulher a chefiar o Executivo de nossa cidade. Ser mulher não afeta a competência com que eu – ou qualquer uma de nós – exerço minhas atividades profissionais. Mas ainda faz muita diferença.
Servindo ao Corpo de Bombeiros, trabalhei grávida, salvei vidas carregando outras vidas. E depois da gravidez, levava meus bebês para dormir no alojamento do quartel, para conseguir amamentá-los. A jornada da mulher ainda é dupla, ou tripla. E os questionamentos e barreiras que recebemos ainda estão aí, mais ou menos velados. Contra fatos, não há argumentos: apenas 6,4% dos cargos de liderança de empresas da América Latina são ocupados por mulheres.
Mas seguimos avançando. O avanço é inevitável, mas isso não quer dizer que não é preciso que a gente trabalhe por ele. Como poder público, implementamos em Valinhos medidas importantes de apoio e proteção às mulheres, principalmente na questão da violência doméstica. Medidas como a patrulha Guardiã Maria da Penha, a Sala Lilás, o botão antipânico, as aulas de defesa pessoal.
Mas também apoiamos as mulheres quando oferecemos as refeições de um dia todo para nossas crianças, com a maior qualidade. Quando oferecemos uma política pública referência para nossos idosos. Tudo isso ajuda a diminuir a carga de trabalho e responsabilidade que, tradicionalmente, fica para as mulheres.
As mulheres fizeram progressos significativos em vários domínios, quebrando barreiras e inspirando as gerações futuras com a sua resiliência e determinação. E, se depender da Prefeitura de Valinhos, esse progresso só vai aumentar.