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Em Campinas, gambá infectado com raiva deixa população em alerta sobre circulação do vírus

Três anos atrás em 2021, no Bosque dos Jequitibás na região central de Campinas foi descoberta a causa da morte de uma fêmea de gambá-de-orelha-branca por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, da Universidade de São Paulo (USP) e profissionais de saúde de São Paulo e Campinas que revelou um achado preocupante: a meningoencefalite causada pelo vírus da raiva. Este resultado destaca a presença do vírus em uma espécie de mamífero silvestre comum no Brasil, conhecido como saruê ou sariguê.

A meningoencefalite, caracterizada pela inflamação do cérebro e das membranas que o revestem, é uma complicação séria da raiva. Essa descoberta ressalta a importância da vigilância epidemiológica e da conservação da vida selvagem para proteger a saúde pública. Vale ressaltar que o resultado acende um alerta sobre a presença do vírus, mortal para humanos, no ambiente urbano.

“A variante da raiva de cães não é mais detectada no Estado de São Paulo, por conta do sucesso das campanhas de vacinação de animais domésticos. Por isso, é importante monitorar outros mamíferos que possam ser vetores do vírus, principalmente animais negligenciados por esse tipo de vigilância, como os gambás”, afirma Eduardo Ferreira Machado, que conduziu o trabalho durante seu doutorado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP) com bolsa da FAPESP.

Os sinais neurológicos observados no gambá sugerem uma forma da doença que causa paralisia, típica da transmissão por morcegos. Além disso, a detecção de partículas virais em outros órgãos indica que a infecção estava se espalhando pelo corpo, em uma fase sistêmica. Esse gambá foi um dos 22 animais testados para raiva e outras doenças como parte de um projeto de vigilância epidemiológica conduzido em 2021.

A iniciativa foi realizada em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e o Centro de Controle de Zoonoses de Campinas. Esses esforços são fundamentais para monitorar e entender a disseminação de doenças zoonóticas, como a raiva, visando proteger tanto a saúde pública quanto a saúde da fauna silvestre.

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