Taturana, Dedé Macedo e Mariana Abílio são nomes campeões do Ciclismo e Tênis de Mesa que lutam por vitórias e apoio
Por Bruno Marques
Praticantes de esportes que não seja o Futebol costumam ter um desafio ainda maior. Por escolherem modalidades que não são a “paixão do brasileiro”, os incentivos, patrocínios e até reconhecimentos se tornam mais difíceis e acabam ficando ‘para escanteio’.
É o caso do Ciclismo e do Tênis de Mesa, por exemplo, que são modalidades que Valinhos tem tradição, inúmeras e constantes conquistas, mas, por meios próprios, seus praticantes têm que suar a mais a camisa para sobressair. E conseguem.
Abrindo caminhos
A Fabio José dos Santos, mais conhecido como Taturana, não bastaram as inúmeras conquistas no ciclismo. Octacampeão paulista e campeão interestadual invicto em 2018, ele pedalou ainda mais e abriu caminho para que a modalidade se estendesse à comunidade valinhense.
“Sentia muita falta de um local apropriado para treinar o Mtb XCO. Tinha que ir para outras cidades. Daí, em conjunto com a Secretaria de Esportes e a Prefeitura, consegui o espaço (no Parque Municipal). Abri a pista com enxada e contei com a Secretaria de Obras para finalizá-la”, contou o atleta valinhense de 45 anos.
Para o popular Taturana, sua iniciativa tem o objetivo de ter um local para atletas da região treinarem e, futuramente, ter uma escolinha de Mtb para criar novos talentos.
“Faltam ciclovias e acreditar mais em outras modalidades”


Pentacampeão do Festival Brasil Ride em Botucatu e vice-campeão brasileiro na prova contra o relógio, André Luiz Macedo, também tem 45 anos e há quatro é um atleta paralímpico. Mais conhecido como Dedé, ele contou que a deficiência física não o impede de praticar o ciclismo.
“Tem que ter a cabeça muito forte e o corpo que lute para acompanhar. Treino de 5 a 6 horas por dia, mas muitos de nós não temos patrocínios. Muita gente pratica ciclismo na cidade, mas faltam ciclovias, acreditar mais em outras modalidades, e dividir melhor as verbas”, reivindicou o ciclista.
De pai para filha


Depois de falar com dois atletas já consagrados em suas modalidades, o JTV também entrevistou uma esportista que está em ascensão. Mariana Abílio tem 16 anos e há três pratica Tênis de Mesa por conta do pai, também praticante. Nesse tempo, ela já se sagrou campeã na categoria adulto feminino B, da Liga Nipo Brasileira 2022, subindo ao pódio nas 12 etapas, e neste ano já venceu a primeira etapa do mesmo campeonato, agora na categoria feminino A.
Mariana joga com a rara empunhadura classineta, que é caracterizada por um estilo bastante ofensivo. E do ataque com a raquete, ela também atacou a falta de incentivo: “Em nenhum dos clubes, tem esse esporte para praticantes. Tênis de Mesa é um esporte individual e, para eles, os esportes coletivos dão mais visibilidade para conseguir votos em eleições internas”.