Alta das temperaturas e ação humana elevam risco de queimadas na região
O período de estiagem chegou trazendo preocupações para Campinas e região, onde a baixa umidade e as altas temperaturas aumentam o risco de queimadas. O cenário atual é alarmante, impulsionado tanto por fatores climáticos quanto pela ação humana. Em 2024, os focos de incêndio registraram um crescimento expressivo em comparação ao ano anterior.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, em Campinas, os focos de incêndio saltaram de 11 em 2023 para 45 em 2024, um aumento de 309%. No estado de São Paulo, o crescimento foi ainda maior: de 1.666 para 8.712 registros, um avanço de 422%. O impacto ambiental e social desses incêndios ainda é visível em diversas áreas. O Pico das Cabras, um dos locais mais afetados, perdeu uma grande extensão de vegetação, prejudicando a fauna local e deixando marcas irreversíveis.


Além das condições climáticas adversas, a ação humana contribuiu significativamente para o aumento dos incêndios. Em 2024, a Polícia Ambiental aplicou R$ 10,28 milhões em multas por queimadas na macrorregião de Campinas, um valor muito superior aos R$ 250 mil registrados no ano anterior. Um dos casos mais graves ocorreu no distrito de Joaquim Egídio, onde uma queimada criminosa devastou uma área equivalente a 120 campos de futebol, exigindo quase uma semana de combate por bombeiros e brigadistas.
Para 2025, a previsão não é otimista. Com temperaturas já elevadas nos primeiros meses do ano, o risco de novos incêndios preocupa as autoridades. No último fim de semana, uma grande queimada em Monte Mor reforçou o alerta para o período crítico que se aproxima. Diante desse cenário, a Defesa Civil intensificará ações preventivas. No próximo mês, um treinamento em Serra Negra reunirá representantes de diversas cidades da região para capacitação na Operação Estiagem. Além disso, o monitoramento será reforçado com a utilização de drones para identificação rápida de focos de incêndio.
A conscientização da população também é essencial para reduzir os riscos. Pequenos hábitos, como evitar queimadas de lixo em quintais, podem fazer diferença na prevenção de desastres ambientais. O desafio é grande, mas medidas preventivas e ações de fiscalização podem ajudar a minimizar os impactos dessa ameaça crescente.