Por Thiago Pontes
Pois bem, meu querido leitor, minha querida leitora, nesse artigo irei expor a você dois extremos, duas propostas de filosofia de vida que você pode estar “enquadrado (a)” e sequer sabe. Você aceita me acompanhar nessa reflexão? Ótimo, então mãos à obra.
Nos últimos anos a profissão de coach tem ganhado enorme destaque nas mídias em geral. Ela veio de fora do país e ganhou enorme relevância aqui no Brasil. Eu mesmo fui uma das primeiras pessoas a fazer tal formação por me identificar com tal proposta, que sintetizo da seguinte maneira: ao se fazer boas perguntas você poderia obter ali nelas suas respostas, respostas singulares, únicas, suas ou advinda dos seus clientes. Essa é uma proposta de 2.500 anos atrás do grande nome da filosofia grega: Sócrates com seu método da Maiêutica (a arte da parteira). Ainda em relação a tal metodologia a grande sacada é: você extrair da pessoa o objetivo, o famoso ponto B, e a partir do seu estado atual, o chamado ponto A, criar e desenvolver um possível caminho teórico, com disciplina esperando adversidades que certamente irão aparecer no caminho, e para terminar a síntese, você precisa estipular um prazo para concretizar tal objetivo.
Pois muito bem, foi por essa proposta que eu fiz tal formação em coaching, em meados de 2015. Mas, de lá para cá, o capitalismo engoliu a metodologia, fazendo mudar tal proposta que a priori era singular para cada pessoa alterando-a para multidões, com cursos, fórmulas prontas, lhe prometendo sucesso no trabalho, na saúde, no romance, promessas de ficar milionário e bla-bla-blá.
Tipos de promessas que me dão: sono e desgosto, pois os que estão à frente disso tratam seu público como um rebanho, como um número… Já pensou se todo mundo que fizesse uma formação para ter uma mente milionária se tornaria de fato milionário? O único que fica milionário é aquele que dá tais treinamentos… Mas vivemos em uma geração que serve como demanda para tais charlatões, pois eles só têm sucesso porque têm publico para isso. Nossa geração é aquela que trocou a enciclopédia pelas redes sociais e nelas acreditamos que há verdade, queremos sempre respostas prontas, não queremos pensar, pois “pensar dá trabalho” (frase dita por Henry Ford).
Só esquecem de avisar os clientes que pensar excessivamente no futuro cansa, e corre-se o risco de deixar de viver o hoje em detrimento do amanhã e nesse percurso se deparar com frustrações (que geralmente não são mencionados nos treinamentos e cursos pregados pelos coachings charlatões). Isso cansa, frustra, desgasta, já dizia Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, é preciso ter direito à reflexão e até à preguiça como modo de vida. Para ele, somos uma “sociedade do cansaço”, esgotada e deprimida porque tudo está submetido ao critério de uma suposta eficiência que resulta em um “sucesso”. Isso me deixa até constrangido em dizer que possuo tal formação, mas que sou contra tal rumo que a metodologia e a profissão tomou, esquecendo que somos seres únicos, ímpares e singulares.
Em contra partida do coaching que visa o futuro, temos a proposta grega chamada de hedonista, que basicamente está associada ao prazer, não os prazeres carnais, mas sim aqueles que você tem ao se perceber em momentos intensos, gratificante, por vezes sozinho (a), por vezes acompanhado (a). Sabe aqueles momentos sutis, como o do banho, o da refeição, o do por do sol, o da admiração do simples, porém que não tem preço, mas sim valor?! A filosofia hedonista não dá a mínima para o amanhã, tal proposta foca no hoje, no aqui e agora. São proposta extremas, já estive mergulhado de cabeça na primeira, mas hoje, cogitado pelos médicos a fazer uma cirurgia no cérebro, o que me interessa é o momento atual, o prazer que sinto aqui, enquanto digito tais palavras e nelas penso para que esse artigo seja consumado. E você minha querida leitora, meu caro leitor, com qual filosofia de vida você se identifica? Não espere de mim uma resposta pronta. Um grande abraço.