Virtuoso quinteto britânico apresentava Hughes e Coverdale com uma faixa-título avassaladora
Por Bruno Marques
No último mês, em 15 de fevereiro, um dos mais requintados clássicos do rock completou 50 anos. Ele vem com um riff incendiário, viradas alucinadas de bateria junto de vocais inspiradíssimos.
Burn abre e é o principal single do 8º álbum de mesmo nome lançado em 1974. A poderosíssima faixa-título foi gravada em novembro do ano anterior, em Montreux, na Suíça.
Heavy metal sem intenção de sê-lo, feito nos primórdios, com 6:05 minutos de duração, Burn foi top 5 em paradas dos EUA e é um dos clássicos absolutos não só do Purple, mas do rock.
Contexto
Após conseguir seu maior sucesso com o álbum Machine Head, em 1972, o Deep Purple, uma das mais virtuosas bandas de rock no mundo naquele momento, passava por rachaduras internas.
As brigas entre o guitarrista Ritchie Blackmore, o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover fizeram com que Gillan e Glover deixassem a banda.
Então, em 1973, entraram em seus lugares, respectivamente, o baixista e vocalista do Trapeze, Glenn Hughes, e o jovem cantor David Coverdale, até então pouco conhecido do grande público.
Completam a formação em Burn o baterista Ian Paice, com uma performance avassaladora, e o mestre Jon Lord no órgão hammond.
Inspirados
O clássico em questão tem solo com guitarras dobradas, arranjos extraordinários de órgãos e mãos cheias de virtuoses e músicos querendo mostrar serviço.
O engenheiro de som do álbum é Martin Birch, que viria a ser produtor de estúdio do Iron Maiden por muitos anos.
Tacando fogo literalmente ao vivo
Burn estreou ao vivo em um concerto no California Jam, em 6 de abril de 1974, com uma apresentação primorosa num festival com outras bandas para cerca de 400 mil pessoas.
O Purple chegava revigorado com dois excelentes vocalistas e ainda tinha o genioso e temperamental Blackmore na guitarra. No show, ele literalmente incendiou os amplificadores e a banda teve que ‘vazar’ de helicóptero.